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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Crise no Rio

27 fevereiro 2018 - 06h00
Vamos ser honestos e aceitar que não é só no Rio de Janeiro que a crise na segurança se instalou.
Em todos os locais deste país percebemos que a segurança foi relegada e hoje nem sabemos mais o seu real significado. Assaltos acontecem à luz do dia e, todos tem medo de reagir, pois, o bandido não tem nenhum respeito pela vida alheia e matar para ele é um ato comum. Tememos sair de nossa casa e até ficarmos nela, nada impede a ação dessas pessoas de índole perversa e sem caráter.
Entretanto, no Rio de Janeiro, a falta de segurança é de longa data e foi sendo vista como fato natural e levianamente relevada a segundo plano e, enquanto os marginais se organizavam não só para atuar em roubos e furtos pela cidade, mas, também para a distribuição de drogas para todas as classes, principalmente as mais abastadas, a segurança olhava com benevolência para os traficantes e usuários que em sua maioria faziam parte da sociedade, deixando que os marginais fossem se fortalecendo, criando redutos, verdadeiras fortalezas, onde a polícia tem dificuldade para chegar.
As mortes violentas já são antigas, lembro-me da criança arrastada por vários quilômetros, por não ter conseguido sair do veículo de sua mãe que foi roubado, nem compaixão nem humanidade fizeram os bandidos nalgum momento imaginarem que era só uma criança que estavam arrastando pelas ruas... 
A morte de policiais é fato rotineiro em qualquer parte deste país. Muitas famílias perdem seus filhos e esposos policiais de maneira violenta e, infelizmente a morte deles é sempre questionada se não deram motivo para serem atingidos, esquecidos que policiais se encontram de serviços 24 horas por dia, 365 dias por ano, fardados ou não.
O que vemos no Rio de Janeiro é o aumento dessas mortes, policiais se tornaram vítimas comuns e parece que não comove ninguém essas perdas brutais, somente as famílias sofrem e são obrigadas a absorver essa dor solitariamente.
Agora vemos uma força especial do Exército, intervir no Estado para buscar melhorar a qualidade de vida dos cariocas e, vemos as pessoas questionando a "violência" dessa força por exigir a apresentação de documentos para identificar a população, da possível violação de direitos pelos mandados de busca, esquecendo que bandidos acuados certamente não irão se preocupar em invadir a casa de inocentes, na certeza de que ali não serão encontrados.
Tratam essa força especial como se fossem monstros, capazes de causar mais mal do que esses bandidos causam em poucas horas de atividade fechando vias, promovendo arrastões, dando tiros a esmo que sempre acertam algum inocente pelo caminho.
Entretanto, se observarmos esses soldados em serviço, iremos ver jovens de pouca idade, sendo tratados como vilões, meninos que até bem pouco tempo empinavam pipas nas ruas de suas cidades e, agora "devem" atemorizar a sociedade com a execução de seu trabalho de segurança tão necessário à cidade, que infelizmente não teve dirigentes capazes de se organizar e reverter a situação de guerra em que vivem há tanto tempo.