Parece que o planeta foi assolado por um mal silencioso, que atinge pessoas de todas as raças e religiões...
Vivem em sociedade, conversam, riem, namoram, trocam mensagens, fazem piadas de si mesmo e de tudo que as cerca, parecem felizes, suas fotos postadas nas redes sociais causam inveja pelos sorrisos fartos e pela aparente alegria de viver.
Entretanto, são imensamente solitárias e insatisfeitas, buscam algo que não encontram nas amizades, no convívio familiar, nos amores...
Essa insatisfação ronda o mundo todo, vemos em outros países jovens com futuro promissor, estudantes, com conhecimento, que se engajam em movimentos religiosos ou políticos e acabam sendo manipulados por pessoas que desejam o poder e os usam para atingir suas finalidades, muitos são atraídos com a promessa de alcançarem o paraíso e, buscando freneticamente algo pelo qual valha a pena se dedicar, lançam-se contra multidão de inocentes, com o corpo envolto em bombas, que não só destruirão essas vidas, como ceifará a sua também...
Certamente ao acordarem do outro lado, enxergarão seus corpos dilacerados e doloridos e perceberão que não atingiram o paraíso prometido.
Por aqui com uma frequência cada vez maior temos noticias de jovens que não conseguindo superar a depressão e, acreditando que a morte resolve todos os problemas e liberta dessa carga dolorida, também acabam com suas vidas, deixando um vazio profundo na família que não consegue compreender como um jovem que tinha tudo para ser feliz preferiu à morte, deixando para traz tudo aquilo que conquistou.
A melhor maneira de ajudar, com certeza não é falando e tentando aconselhar, pois, seus ouvidos não querem ouvir, necessitam sim falar e desabafar, porque assim talvez ouvindo a própria voz entendam e esclareçam o seu íntimo, aliviando o desse amargor que é parte de seu cotidiano...
Muitas vezes um abraço generoso, que nada pede em troca, o ombro amigo, receptivo e amoroso também é uma maneira de ajudar sem impor ideias e caminhos.
Quando estamos internados em problemas pessoais e mentais, não conseguimos imaginar que podemos ligar para um telefone pedindo ajuda, por mais que se divulgue a existência deles. Afinal quem quer admitir que tem problemas e não consegue resolve-los?
Sempre fomos ensinados a ser forte, não chorar por qualquer motivo, não expor nossos sentimentos e nossas dificuldades.
É chegado o tempo de abrirmos nosso coração, afagar carinhosamente nossos filhos, sobrinhos, aconchegar e demonstrar que não é necessário ser forte o tempo todo e, que estamos ali dispostos a ouvir sem criticar, porque talvez dessa maneira possamos conseguir de fato ajudar nossos jovens, evitando que deixem uma lacuna imensa na vida das famílias atingidas, além da saudade e do sentimento de impotência que tomará conta de todos.
Um pouco de atenção nos fará perceber por trás do riso fácil o olhar sempre perdido no tempo e no espaço, como que em busca frenética pela alegria e motivação para continuar a viver...