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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Do Carnaval à Quaresma

23 fevereiro 2018 - 06h00
Milhões de católicos receberam as cinzas na quarta-feira, após o Carnaval.
O povo voltou à vida real após alguns dias de fascinantes e encantadores desfiles nas ruas, avenidas e sambódromos.
A celebração da quarta-feira de cinzas serve para nós entendermos que tudo é passageiro. 
O que vale é a festa do espírito, do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança e da paz sobre a guerra.
O Carnaval é uma festa popular. 
O Brasil pára completamente, para ver desfilar as Escolas de Samba. Porém, o mapa das avenidas e dos sambódromos não mostra o mapa da vida dos brasileiros e das periferias, que sofrem com o sistema, que em muitos lugares é injusto e corrupto. 
Pior ainda, o Carnaval acaba apagando a memória dos escândalos políticos, da inércia das Administrações públicas e de tantos problemas que afetam a vida dos cidadãos. Com certeza não será o Carnaval, que fará renascer a esperança da vida, da comida sobre a mesa, do prato saboroso, da saúde pública e de uma educação mais avançada nas escolas públicas.
A Quaresma ou as Cinzas, exortam o ser humano a retomar a caminhada de maneira mais sensata, justa e correta, a retomar a luta para eliminar o analfabetismo e todos os males que afetam o futuro de milhões de cidadãos.
Razões para destinar e finalizar recursos, patrocínios e dinheiro público a um bem maior e a projetos mais necessários é o que não faltam.
Com a Quaresma inicia o tempo forte de conversão, renovação e purificação.
Não custa tentar eliminar do coração, tudo o que contamina o homem, como orgulho, poder, ambição, ganância, desamor e ódio. Veremos um novo povo surgir das cinzas, um novo Brasil, uma nova pátria e uma nova ordem.
Quanto àqueles que cometeram, na euforia do Carnaval, abusos de embriaguez, de violência, de libertinagem, vale o sentido das cinzas e da quaresma que convidam ao jejum, à penitência e à oração.
O povo, convocado para se divertir com o Rei Momo, quase se desculpa por tanta alegria, diante de um País que forja espetáculos de imagens e cores, de danças e cantos que não expressam nenhum sentimento de vitória ou de conquista.
Apenas abafam o grito dos pobres, dos desempregados, dos pacientes deitados em macas, nos corredores das enfermarias e de tantos professores que lutam por melhores salários.
No Carnaval tudo fascina e encanta somente por alguns momentos. 
A Quaresma ajuda o povo a aguentar, a cada dia, a barra das injustiças e faz brilhar também a luz de um novo dia.