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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Dona Laiz Roston, antiga professora de Suzano, completa noventa anos

21 junho 2018 - 23h59
Não é fácil falar de alguém tão especial como dona Laiz da Mota Cera, viúva do Dr. João Roston. Ela completou 90 anos no dia 18 de junho. Almocei com ela e com os seus filhos: Paulo, Carlos e João Alberto. Dona Laiz é para lá de inteligente, embora de singela simplicidade, fala e coordena a sua fala com uma lucidez surpreendente. Fui conhecendo um pouco da sua história durante o almoço, sobretudo a parte em que viveu juntamente ao seu esposo Dr. João Roston, durante quase 70 anos, na cidade de Suzano.
Chegou na cidade em 1951, vinda de Piracicaba onde se formou como professora no Colégio Piracicabano. No começo, quando criança e adolescente, estudou no Instituto das Irmãs de São José. Era uma menina, “displicente”, como ela mesmo definiu o seu comportamento. Quando estava com as freiras, relutou contra a disciplina, as cobranças e as normas rigorosas. Passou a frequentar o Colégio Piracicabano e se formou professora. Durante as aulas, o seu olhar estava fixo no professor de matemática, o engenheiro agrônomo Dr. João Roston. 
Namoraram, casaram e depois Laiz acompanhou o esposo, morando um ano em Pederneiras e mais um ano em Rancharia.
Vieram para Suzano porque havia muitos agricultores na cidade, sobretudo japoneses. O Dr. João Roston, que era engenheiro agrônomo, ofereceu seus serviços com seriedade e competência e era bem visto pelos agricultores.
Dona Laiz, sempre vestida com uma solenidade não sufocante e de uma grandeza exterior e interior, quando chegou à Suzano aceitou dar aula na escola rural localizada na Fazenda Viaduto. Com uma charrete percorria o caminho para se integrar à realidade psicossocial do mundo rural.
Muita gratidão à dona Laiz, que também aceitou dar aulas às crianças que ficavam internadas por um longo período de tempo no Hospital das Clínicas de Suzano.
O embate com o sofrimento das crianças se transformava em gestos de generosidade e de grandeza de ânimo.
Em seguida, foi convidada a dar aula no Colégio Raul Brasil pela diretora Prof.ª Jussara, mãe das professoras Viviane, esposa do deputado estadual Estevam Galvão de Oliveira e da Cristiane, esposa do escritor Prof. Suami Paula de Azevedo
É a história estrelada de luzes e de cruzes de uma mulher que enxergava a vida como uma aventura e estava cotidianamente ligada ao esposo, aos filhos, à família e à sala de aula.
Ao entrar na casa da professora Laiz, fui convidado a me sentar perto da lareira, símbolo da harmonia conjugal, e da beleza do amor recíproco, partilhado, celebrado e comemorado cotidianamente. Logo, os filhos me serviram uma taça do vinho “Primitivo”. Enquanto isso, me senti culpado, por não ter conseguido ir comprar as flores que ela merecia na comemoração dos 90 anos, tempo bem vivido ao lado da sua família e das amigas. Algumas delas quero mencionar nesta coluna, pela admiração que dona Laiz tem por elas: Maria Helena “Bié”, esposa do finado Délcio, dona Nancy, dona Naira e dona Terezinha, amigas de longa data, cujos nomes permanecerão sempre estampados no coração de dona Laiz.