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Jornal Diário de Suzano - 17/04/2024
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Coluna

Empatia

02 dezembro 2017 - 05h00
Esta semana, numa conversa entre amigos, trocávamos algumas ideias sobre o “Bullying”, que mais exibe-se em crescimento, até de morte.
O “Bullying” é uma palavras de origem inglesa que serve para expressar os atos de “violência física e/ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por uma pessoa ou grupo de pessoas, produzindo dor e angústia em outro e sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder”.
E não vamos reduzir aqui a sua efetivação apenas ao ambiente das escolas, entre os adolescentes, mas também entre crianças, e continuando também entre adultos, entre colegas de trabalho. Como sendo uma forma agressiva, doente de interpretar os demais.
Claro, fui logo interrogado se já havia vivido experiências dessas em escolas, como Professor ou como Diretor. Evidente que sim numa prática de mais de três décadas, tanto na Educação de crianças, adolescentes e jovens, como no ensino universitário. E tive de relatar minha própria formação para buscar algumas das saídas, ou alternativas, que nos surgiram, ou que formulamos para a vida prática a ser experienciada.
Não havia como não encontrar uma expressão de sentido objetivo que a Psicologia nos possibilita, como é bem o caso da “Empatia”.
Esta expressão, “empatia”, significa algo como o propósito, as condições para você buscar entender emocionalmente o “outro”, o seu vizinho, o seu colega, o seu parceiro, ou mesmo o seu adversário. É uma importante forma de tentarmos “identificar” mesmo essa outra pessoa, de tentar perceber o que ela, efetivamente, sente e busca e como ela recebe o mundo. É uma forma de tentarmos “nos colocar no lugar do outro”. Isso se aprende. Não há outra forma real, concreta, de compreender o jeito de se portar do outro.
E fui retomar minha formação universitária. Quando cursei Direito na PUC-SP, ainda na década de 1960, fiz parte do TUCA, o teatro universitário. Depois, fora do Brasil, cursei também Arte Dramática. E uma das formas que aprendi nesse processo foi o “Psicodrama”, um recurso amplo, imenso, criado pelo médico romeno Jacob Levy Moreno. Na realidade trata-se de uma terapia, uma forma de tratamento, onde se tenta uma representação dramática em que assumimos o papel do outro, especialmente daquele com quem divergimos ou temos diferenças. Como se fossem os entra na personalidade do outro.
Certa vez numa escola juntamos as classes de alunos com necessidades especiais com as demais. Muitos pais contestaram. “E se aquele aluno surdo tiver um surto e contagiar o meu filho?”: cheguei a ouvir essas coisas. Foi meio complicado mesmo na ocasião. Propusemos o aprendizado de Libras, a linguagem gestual dos surdos brasileiros para os outros alunos. Muitos deles foram assumindo os papéis dos outros. Até que os alunos receberam bem no Coral da Escola os alunos surdos. E todos aprenderam a cantar se expressando nos gestos em Libras, a linguagem dos outros colegas. Colocaram-se no lugar dos outros. Assumiram na empatia o entendimento dos demais.
Coloque-se no lugar dos outros. Tente!