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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Coluna

Esse sou eu...

08 agosto 2017 - 06h00
Sou serelepe... Estou latindo no portão, mas num segundo já estou na porta da cozinha abanando alegre meu rabinho na espera de um agrado.
Meus sentidos estão sempre alerta! Audição, faro e visão... Nada passa despercebido por mim. Ao amanhecer fico ali atento a qualquer movimento, assim percebo rapidinho quando minha mãe humana acorda e me coloco a postos para lhe dar bom dia e aguardar que ela jogue minha bolinha pelo quintal... Gosto demais desse esporte... Tudo bem que na maioria das vezes prefiro ficar com a bolinha presa entre meus dentes enquanto faço uma média mostrando quanto sou feroz rosnando e tomando conta do meu brinquedo.
Sou arteiro e não gosto de ser contrariado... Se me deixam sozinho fico estressado e faço muito xixi... Mesmo sabendo que quando perceberem vou ficar escondido lá no fundo da minha casinha... Não! Minha mãe não briga comigo, apesar de reclamar da minha atitude e aí minha consciência dói, então me escondo até ela limpar tudo, afinal também não gosto do cheiro que fica pelo quintal e algumas vezes na porta da cozinha, na máquina de lavar e nos vasos de plantas.
Acredito que ela esquece logo dessa minha arte, pois, após limpar me chama e conversa comigo, então abaixo as orelhas, olho com aquele olhar arrependido e penso que ela me entende... Então feliz volto a abanar meu rabinho e dar pulos de alegria, acho que tenho pequenas molas nos pés, pois, consigo pular bastante alto para mostrar minha felicidade por ter um lar.
Tenho alguns medos... Não sei contar minha história, mas faço tudo para que entendam que um dia fui abandonado e no começo não podia nem imaginar que entraria num carro com tranquilidade, sabendo que só ia mesmo passear e no final voltaria para a segurança de minha casa. O temor de ser deixado pelo caminho me deixava desesperado... Sequer podiam parar e me tirar para esticar as pernas e fazer minhas necessidades que já acreditava que seria largado ali. Ninguém imagina meu estresse nesses momentos. Agora já vi que sou amado e gosto muito de passear de carro ou a pé...
Enquanto minha mãe faz os artigos para o jornal ou trabalha em seu computador, gosto de ficar deitado na cadeira chinesa ao lado dela, inicialmente observando sua atividade, depois durmo tranquilo, mas não tranquilo o suficiente para não perceber qualquer movimentação dela ou de alguém pela casa, para saltar dali para ver o que está acontecendo.
Minha alegria pela manhã e ficar atento aos movimentos no interior da casa enquanto levantam, quero dizer quando minha mãe levanta. Corro pelo quintal entre a janela do quarto dela e a porta da cozinha, é minha maneira de mostrar que a amo muito... Não sei falar a língua dela, mas sei me fazer entender...
Agradeço ao Papai do Céu sempre por ter conseguido um lar, quando passei por aquele portão nas minhas andanças minha intuição canina disse que ali eu seria bem recebido e fui...
Agora sou um cachorrinho feliz e sei que não serei mais abandonado. Eu sou o Branquinho...