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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Coluna

Festa no Baruel

27 setembro 2018 - 23h59
Em 2017, a Festa do Baruel mobilizou a Igreja, a Prefeitura, a família Bianchi, o bairro do Baruel e a cidade de Suzano. As autoridades religiosas e civis se fizeram presentes.
O bispo diocesano Dom Pedro Luiz, há alguns anos vem prestigiando a Festa do Baruel e de maneira especifica a festa de Nossa Sra. da Piedade. Ele preside a Santa Missa, geralmente celebrada às 11h sempre no último domingo de setembro.
A Capela, reformada com telhado novo e com nova pintura na parte externa e interna, tem um grande sentido na história de Suzano, pois foi construída com taipa em 1620 e reconstruída em alvenaria em 1916.
O bairro do Baruel com a Capelinha, é uma referência histórica de grande importância. Já foi terra de Índios e de moradores vindos da Europa.
Certo encantamento suscitou o namoro de um jovem italiano, Roberto Bianchi com uma índia, Ernestina de Jesus. O namoro deu certo e os dois se casaram. Ele veio ao Brasil quando havia 12 anos, em 1887, conforme contam os netos. De Santos foi para Ribeirão Pires onde começou a vender ovos e aqui encontrou Ernestina. Após o casamento se transferiram para o vilarejo do Baruel e aqui criaram uma família de 11 filhos. 
Hoje quem vai para o bairro do Baruel, vai para conhecer um lugar histórico. Baruel não é um lugar qualquer. O bairro não é qualquer bairro. A Capelinha não é qualquer Capelinha. Quem dirige e passa com o carro na estrada ao lado do bairro, não dirige do mesmo jeito, pois diminui a velocidade para dar uma olhadinha na imponente Capelinha. Baruel é um lugar de história, de fé, de religiosidade popular, de cultura indígena, pois todo ano um grupo de índios comemora no local o Dia do Índio.
Fora da Capelinha, terminando a Missa dominical, na pracinha, aqui e acolá há sempre alguém sentado conversando, comendo o bebendo aquilo que o barzinho oferece.
A festa deste ano terá uma cara mais festiva e mais animada e acontecerá nos dias 29 e 30 de setembro. Quem for se sentirá privilegiado, por mergulhar num passado histórico que deixou seus traços na memória das pessoas, da família Bianchi e no lugar que não é qualquer lugar. Baruel remete às fontes antigas da vida humana, escondida nos restos sepultados no cemitério perto da Capela e nos ritos indígenas que ali eram celebrados.
Houve, porém, um tempo, antes deste tempo, que o descaso chegou a tal ponto, que deixaram o Baruel num certo estado de abandono.
A Prefeitura tem hoje com o bairro, uma espécie de dívida, nem tanto com a Capelinha ou com a organização da festa, mas com a revitalização ambiental e turística do local. O bairro está carregado de múltiplas carências, embora tenha condições de se tornar um local com múltiplas atrações. Poderia aumentar o fluxo turístico, oferecendo uma rota que levasse ao Parque Miraporanga. Esse local está precisando de manutenção, para salvar as numerosas espécies de animais e conservar a mata nativa.
Baruel é uma espécie do eco do passado, um local que nos remete à chegada do barão Baruel em torno de 1750 no vilarejo, que pelos seus serviços em prol dos moradores é lembrado até hoje e será lembrado pelas gerações futuras.