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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Herança preciosa

30 março 2019 - 23h59
A tragédia que atingiu a nossa cidade neste mês está fazendo com que muitos pais repensem a educação que têm dado a seus filhos. Na semana passada, estava em uma escola conversando com uma turma de 5? ano sobre a importância da leitura. Como o ocorrido na EE Raul Brasil ocupava todo o noticiário da semana, a conversa foi parar nos jogos virtuais e eletrônicos. Aquelas crianças relataram brincar com jogos violentos, sem qualquer intervenção dos pais. Como educadora, considero que esses jogos não são adequados para crianças e adolescentes. Uma criança exposta a violência tende a reproduzir comportamentos violentos. Quem trabalha na área da Educação sabe que é comum, quando os filhos estão dando problemas, os pais chegarem com o seguinte discurso: "Mas...eu não sei mais o que fazer com ele (a); a escola é que tem que resolver esse problema". Os pais estão delegando para a escola as atribuições que são deles. Sendo assim, diretores e professores estão diante da difícil tarefa de oferecer a educação básica para uma enorme quantidade de crianças e adolescentes, cujos pais não sabem mais o que fazer com eles. A escola, dentro do que lhe é possível para uma educação de massas, tenta fazer a sua parte, com pouco suporte da Rede de Proteção Social, que deveria ser mais atuante e célere. É inadmissível que uma criança ou adolescente pare de frequentar a escola, sem que as providências para o seu retorno sejam tomadas. E isso diz respeito a todos nós. 
Educar dá trabalho. Meus filhos já são adultos. Mas, quando pequenos, exigiram de nós, os pais, muitos cuidados. Foram anos cuidando da formação deles. Anos levando e buscando na escola. Lembro que meu marido fazia um tour pela cidade todos os dias e até nos finais de semana - levava um, buscava outro; os horários apertadinhos - quando chegavam da escola, as refeições já deviam estar preparadas, pois o tempo era curto, e havia as atividades da tarde pela frente. Era um trabalho conjunto. Um ajudando o outro, para que o melhor fosse oferecido aos nossos filhos. Gastamos tempo ensinando, corrigindo. Houve muitos momentos felizes; outros, difíceis. Acertamos em muitas coisas; erramos em outras. Todo o trabalho era recompensado pela alegria deles. Creio que ainda há pais que se empenham em cuidar e educar! Entretanto, um olhar para a sociedade atual nos mostra que muitos pais não se dão conta de que ter filhos é uma bênção e que os filhos são herança do Senhor. Estão apenas procriando, sem assumirem responsabilidade alguma, deixando os filhos à mercê de um mundo mal, expostos a toda sorte de destruidores e perigos. A Bíblia diz que os filhos são herança dada pelo Senhor. ( Salmo 127:3 ) O que você faz quando recebe uma herança? Celebra? É de se esperar que fiquemos alegre, contentes, quando recebemos uma herança. Também nos sentimos gratos, porque alguém se lembrou de nos deixar algo precioso, valioso, que será bem cuidado; temos que zelar por essa herança. A oportunidade de ter filhos, aos olhos de Deus, é como o recebimento de uma herança preciosa, um presente para alegrar as nossas vidas. A chegada de uma criança na família é motivo de celebração. Mas também de muita responsabilidade! Quanto cuidado e dedicação serão necessários durante toda a vida de um filho até que ele tenha condições de cuidar da própria vida! Façamos uma avaliação do tipo de pais que somos - temos amado, educado, protegido e nos dedicado a nossos filhos, reconhecendo neles uma herança de Deus? Ou estamos sendo agressivos, indiferentes, omissos, desistindo deles? (Sueli Barão Rocha de Souza, evangélica, professora, escreve aos domingos.)