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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Leitores e leitura

12 novembro 2018 - 22h59
Assim como o professor Suami de Paula Azevedo, sinto como perda irreparável o fechamento de livrarias, seja na Capital ou aqui na nossa região.
Parece que os livros perderam o encanto de outros tempos, quando sem as facilidades da internet, a melhor maneira de se passar o tempo era lendo um livro, que certamente era companheiro inseparável da maioria das pessoas, fosse na condução, nas salas de espera ou nos horários de folga no trabalho.
Era comum vermos as pessoas lendo e muitas vezes comentando o seu entendimento quanto ao teor da leitura.
Não havia possibilidade de fake news, afinal quem se dispunha escrever, buscava a segurança de publicar somente sobre assuntos que dominava e conhecia com profundidade ou se dispunha a publicar romances e poesias, que enlevavam a mente e a alma.
Livros eram lidos e relidos e muitas vezes compartilhados com os amigos, afinal eram difíceis de serem adquiridos pelo alto custo, mesmo assim dispendíamos parte de nossos ganhos para poder usufruir do prazer da leitura.
Trabalhos escolares, para alguns, maçantes eram os resumos de livros de autores importantes de nossa literatura, que na maioria das vezes eram emprestados pelas bibliotecas, o que muitas vezes nos fazia percorrer mais de uma em busca de dar cabo da tarefa escolar.
Muitas vezes buscávamos adquirir o livro de maneira mais econômica, nos muitos sebos que mantinham um grande e variado estoque de livros já lidos e relidos por muitas vezes, com capas já descoloridas e gastas, mas que nunca perdiam sua finalidade,
Em qualquer data presentear um amigo ou parente com um livro recém-lançado, era certeza de agradar e ser sempre lembrado.
Entretanto, o livro aparentemente saiu de moda com a chegada da internet e suas facilidades e, não é porque deixamos de ler, mas hoje é muito comum vermos pessoas entretidas com seus celulares e se observarmos com atenção veremos que nem todas estão em suas páginas nas redes sociais, muitas estão lendo, pode ser romance, poesia e ficção.
Mas nada supera para alguns, como eu e o amigo professor, o folhear um livro sentindo o prazer de absorver o seu cheiro peculiar, de apreciar o conteúdo página por página, desvendando os mistérios da mente do autor, que ali lançou seus ideais, seus projetos e sonhos e transformou o leitor num viajante, que sem desgrudar os olhos das páginas à sua frente, faz viagens maravilhosas, sem se deslocar, dando vazão a sua imaginação.
Para o autor, nada se compara a alegria de ver suas ideias que de início parecem esparsas, todas ali compendiadas num lindo volume bem encadernado, com uma capa que sintetiza o seu teor sem o revelar.
Ao ver livrarias fechando suas portas, sentimos como se perdêssemos um elo com um prazer que aos poucos vai sendo esquecido, trocado pelo conforto de transportar mais de um volume em seus pequenos celulares e neles acessar o conteúdo desejado a qualquer momento.
Não há como ser contra a modernidade que chegou com passos largos, mas também não há como não saborear o prazer da leitura muitas vezes a melhor companhia da madrugada...