Enquanto o mundo gira em seu ritmo normal trazendo um novo dia e uma nova noite, em alguns lugares do planeta as pessoas não conseguem mais distinguir um dia do outro por se encontrarem envolvidos numa sangrenta guerra que dizima irmãos e é conduzida por dirigentes políticos que fazem acordos sorrindo enquanto negociam armamentos pesados, tratando a vida como mera mercadoria inútil.
O que vemos daquilo que nos chega em forma de fotos aterradoras são as inúmeras mortes de crianças, mulheres e idosos, além de homens que tentam defender suas famílias e o que resta de seus bens. Crianças que nem entendem o porquê dessa luta, que sequer conseguiram ter tempo para sonhar, que ainda imaginam estar abrigadas no colo materno e ali deveriam se sentir em segurança.
Enquanto por aqui tudo nos parece calmo, afinal, com todos os problemas que a própria sociedade cria, vivemos num paraíso, onde a violência está presente diariamente na vida de todos, mas buscamos saídas e alternativas e ainda temos tempo para cantar, acompanhar o noticiário, assistir novela e até mesmo temos tempo para o lazer.
Não temos que viver inseguros, imaginando que a cada instante uma bomba poderá explodir nossa casa, nos deixando ao desabrigo, que nossa família está condenada a morte por vizinhos que pensam diferente, que seguem religiões semelhantes, mas que divergem na maneira de pensar e de agir.
Crianças estão sendo mortas e o mundo parece não se aperceber dessas monstruosidades é, como se tudo isso passasse somente num filme de ficção, que cessará num horário programado e tudo voltará ao normal, afinal, tudo está ocorrendo tão distante de nós, tão distante de tudo e de todos...
Essa guerra que envolve mais de um país e seus líderes terá a partir da terça-feira uma chamada trégua de algumas horas para que as pessoas possam tentar sair dos territórios onde o combate é frequente, buscando lugares onde possam ser alimentados, medicados e receber ajuda das organizações humanitárias que são impedidas de entrarem nas zonas de conflito.
Uma revolta interna que buscava depor o presidente, por conta de inflação alta, desemprego e corrupção se transformou numa guerra onde países vizinhos interferem apoiando grupos e dando força para que o massacre continue ocorrendo. Além disso, dois grandes líderes travam entre si uma batalha de egos, e esquecem as vidas de inocentes que vão sendo consumidas enquanto buscam mostrar o poder bélico de seus países. Estados Unidos e Rússia interferem no que seria uma guerra interna, se posicionando ora a favor e ora contra o presidente sírio.
Enquanto as vidas de inocentes vão sendo rotineiramente ceifadas ou mantidas em completa desnutrição, temos somente a certeza que quem de fato lucra é a indústria bélica, não importando sob qual bandeira produza suas potentes e letais armas e gases...
Com certeza esses fabricantes e comerciantes da morte, regozijam-se felizes, nadando em dinheiro e gozando os prazeres da vida, enquanto observam de longe, sem sujar diretamente as mãos com o sangue de tantos inocentes...
Enquanto isso o restante do mundo segue seu curso e vez por outra lança uma oração em intenção daquele povo sofrido...