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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Memórias

26 agosto 2017 - 06h00
Ontem, 25 de Agosto, comemorou-se o Dia do Exército Brasileiro, numa homenagem ao seu grande Comandante, o Duque de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva. Tenho ouvido e visto muita gente, nestes atuais tempos de dificuldade econômica, referindo-se aos militares como se eles devessem tomar partido. Não é essa a visão que tenho encontrado nas manifestações de amigos das Forças Armadas, nem para agora e nem para o futuro.
Tenho o meu lado pessoal para marcar essa data. Meu pai foi Oficial do Exército. Costumava brincar, quando eu ainda era bastante jovem, do longo período de Serviço Militar que tinha prestado. Completei vinte e cinco anos de Serviço, quando saí da casa de meus pais para me casar e formar a minha própria família. Quem é filho de militar sabe do que estou falando. Vive-se um tanto de quartel dentro de casa, é de algum modo verdade.
Meu pai foi, inicialmente, do quadro da Infantaria da Aviação do Exército, pelos anos de 1920 a 1930, no Rio Grande do Sul. Na época era Sargento, mas, por necessidade de serviço foi designado Oficial, quadro bastante rarefeito na ocasião. Não havia ainda a Força Aérea Brasileira, FAB.
O que poucos sabem é que Caxias comandou no início da Guerra do Paraguai, com a Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) um grupo de Balões que observava do alto as tropas inimigas. Se não foi o primeiro grupo com essa estratégia no mundo, foi dos primeiros. Na Segunda Guerra Mundial (1939-45) ainda foram utilizados tais recursos.
Em 1932, no comando de um Pelotão e logo depois de uma Companhia, foi mandado para apoiar os Revolucionários. Mas quando as tropas chegaram na fronteira de São Paulo, as ordens mudaram, passaram a ser para atacar os Paulistas. Os soldados gaúchos não gostaram, segundo meu pai, mas obedeceram. E houve fortes confrontos. No final dos anos de 1930, com a formação da FAB, ele recebeu Carta Patente de Oficial. O documento é para os dias de hoje algo excepcional, em pergaminho legítimo, em couro mesmo. E sua carta segue assinada pelo então Ministro da Guerra, o depois Presidente, General Eurico Gaspar Dutra. 
E, claro, também a assinatura do então Presidente da República, Getúlio Vargas. É um verdadeiro documento histórico que conservo para a minha família, junto com medalha e diploma, coisas de que ele tinha orgulho.
Meu pai se reformou (aposentadoria) em 1963, quando era Chefe da Subsistência de Santos, que havia na época. 
Ali ele, mais uma vez demonstrou que os seus princípios éticos eram imprescindíveis e norteadores de sua vida.
Ter sido educado sob tal Norte só me trouxe orgulho de meu pai. Ele sempre sentiu brio de sua atuação profissional, que nunca lhe foi restritiva, ao contrário.
Sei que as exigências de postura dos militares é de orgulho, honradez de sua prática. Meu pai era um exemplo. E seguramente seguia o modelo de Formação do Exército Brasileiro. Modelo a ser respeitado.