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Coluna

Modernidades

27 maio 2019 - 23h59
Entendo que tudo que o progresso traz nos faz evoluir e facilita nossa vida e, para ter certeza disso basta olhar para alguns anos passados e verificar o quanto melhorou em termos gerais a vida de cada um de nós...
Temos facilidades para lavar nossas roupas, preparar nossos alimentos, nos comunicar, nos transportar de um lado para outro com mais rapidez e eficiência, nossa comunicação, mas entendo também que não podemos nos deixar levar por todo esse progresso e facilidade e esquecer como é bom conversar à moda antiga, sentados em volta de uma mesa farta de quitutes gostosos preparados com carinho e atenção, imaginando a alegria e o sorriso da família quando começarem a saborear tudo aquilo que faz bem ao paladar e ao coração.
Nada se compara a vida na comunidade familiar, onde trocamos ideias, fazemos confidências, abraçamos e somos abraçados, recebemos atenção e carinho, o afeto que acalenta nossa alma e nos faz superar as dificuldades cientes que não caminhamos sozinhos.
Relembrar tempos de criança, onde nem imaginávamos ouvir o som do telefone no horário das refeições, pois, todos sabiam que era um momento de reunião e prazer e não devia ser interrompido, as conversas à distância, além de serem onerosas, eram deixadas para os horários mais livres, quando a cabeça estivesse mais tranquila e de maneira que não interferisse no relacionamento familiar, que era sempre prioritário.
As conversas se delongavam, enquanto saboreávamos o almoço de domingo, com calma, apreciando cada quitute com seu tempero especial.
Cada um que chegava trazia alguma coisa pronta de sua casa para colaborar e tornar a mesa mais farta, que nos mantinha ao redor dela por mais tempo, tornando final de semana especial e diferente.
Ali revíamos todos os familiares, ouvíamos histórias que muitas vezes se repetiam e eram sempre motivo de muita risada por receber algum acréscimo por parte de quem contava.
A vida parecia ter mais sentido e os dias corriam com mais tranquilidade, lentamente, dando chance de aproveitarmos cada momento que era único e que relembraríamos com carinho nos dias que se seguiam.
Atualmente, acredito que muitas famílias sintam falta desse aconchego, dessas conversas que se delongavam pela tarde, pois, quando se reúnem não conseguem travar um diálogo contínuo sem que algum celular marque sua presença, com seus mais diversos sons de campainha e tire alguém da roda, para uma conversa particular com o interlocutor que lá do outro lado, não se preocupou com a possibilidade de estar interferindo num momento que devia ser especial.
Esse progresso parece que nos quer participantes de atividades, onde o abraço, o olho no olho não é necessário, basta que se tenha a sensação de estar sendo ouvido, compartilhando um fato ou uma notícia, ou simplesmente "jogando conversa fora" como se diz...
Pior quando o diálogo é em voz alta, fazendo com que os demais participem, querendo ou não da conversa, que invade todos os ouvidos e, atrapalha aqueles que ainda desejam conversam com mais tranquilidade e respeito.
Tudo que o progresso traz é bom e deve ser bem empregado, sem atrapalhar nosso viver...