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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Não contamine as pessoas ao seu redor com desesperanças

07 maio 2019 - 23h59
O filho mais velho, que muito ajudava no sustento da família, fora demitido em razão da crise. A única fonte de renda passou a ser os trabalhos de costura realizados pela mãe, que era viúva há muitos anos. Em razão de tanta preocupação e estresse, a mulher adoeceu e não podia mais costurar. Não demorou muito para a luz, e pouco tempo depois também a água, ser cortada. A subsistência da família passou a depender somente da horta plantada no quintal. Certo dia, a caçula da família veio saltitante do colégio e disse: "A professora pediu que amanhã todos os alunos levem alguma coisa para dar aos pobres". 
A mãe começou a esbravejar: "Cale a boca, não conheço ninguém mais pobre do que nós!" Mas a vovó, que também morava na humilde casa, fez o seguinte comentário: "Se você passar para uma criança com essa idade a ideia de que ela é "pobre", ela será "pobre" o resto da vida. Sobrou um pouco daquela geleia caseira"; e em seguida, a idosa pegou um pedaço de papel de seda e uma fita cor-de-rosa e embrulhou o pote. No dia seguinte, a menina saiu feliz e orgulhosa levando para a escola seu presente para os mais carentes. Amigo leitor, não adianta ser parte do problema; o ideal, é ser parte da solução. Reclamar, lamuriar e focar naquilo que não se quer, não leva a lugar algum, muito pelo contrário, aumenta o sofrimento e contamina quem está ao redor. Quando vejo uma criança numa esquina pedindo esmolas, atendendo ordem dos pais, fico triste, pois aquele ser em formação está aprendendo apenas a pedir migalhas. A tendência, é repetir essa atitude para o resto da vida.