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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

Nascido na África, Pe. Dido acompanha a Pastoral Afro-brasileira

21 novembro 2019 - 23h59
Para tornar mais celebrativo o Dia da Consciência Negra, Pe. Dido convidou o bispo diocesano Dom Pedro Luiz para presidir a celebração eucarística, animada pela equípe de afrodescendentes e realizada no dia 20 de novembro em Mogi das Cruzes. Há muitos grupos humanos, famílias e comunidades, constituídas por afrodescendentes no Brasil e na Região do Alto Tietê. Pe. Gabriel Gonzaga Bina é mestre em apresentar a história e a cultura do povo negro na liturgia. O ex-vereador de Mogi das Cruzes, Geraldo Tomaz Augusto (Geraldão) e a sua equipe, não medem esforços para estudar a cultura africana e apresentar com muito brilho, cantos, músicas, danças, instrumentos e símbolos africanos.
Várias paróquias da Diocese de Mogi das Cruzes estão abrindo as portas para a Pastoral afro-brasileira que está bem motivada a resgatar os valores africanos. Pe. Dido carrega a chama do povo negro não somente na apresentação da cultura africana nas celebrações litúrgicas, digna, tal cultura, de ser conhecida e reconhecida, mas, sobretudo na luta pela igualdade racial, contra todo tipo de racismo e preconceito social.
Em alguns eventos religiosos ou sociaios percebemos como os afrodescendentes vestem roupas e indumentária africanas, com desenhos bordados e símbolos que parecem incompreensíveis para quem não conhece a arte africana, no entanto são símbolos que definem a personalidade do negro e a sua relação com os sinais vivos e coloridos da natureza.
A história fala muito das culturas que impregnaram as antigas civilizações: assíria, persa, babilônica, grega, romana, inca, maia, asteca. Também na África, impérios e reinos famosos tiveram importantes culturas, pouco conhecidas com uma notável organização social, política e econômica. Arte, cultura, escultura, pintura, folclore e dança, caracterizam ainda hoje a vida da população africana. A arte, por exemplo, produz objetos vendidos no mundo inteiro, fabricados para fins comerciais e em estreita ligação com as antigas tradições dos povos africanos.
Impressiona, por exemplo, o respeito que os africanos têm por suas roupas longas e cumpridas e a vontade de manifestar de forma ostensiva seus desenhos coloridos com uma diversidade de símbolos neles representados. Quem veste esses tecidos o faz não apenas para ocultar a própria nudez, mas para “falar” da vida da natureza rica de tantas cores, como também convidar as pessoas a sentir todas as vibrações que se movimentam em torno deles.
Se alguém observa atentamente as vestes dos africanos, percebe que a beleza do tecido leva a gente a se afastar da realidade, para entrar no mundo da simbologia. Os desenhos bordados nas roupas parecem brincar com as cores.
No Brasil, a maneira dos afrodescendentes vestir roupas africanas não é tão marcante, como deveria ser e não há no convívio social e na vida cotidiana sinais vivos das tradições africanas em relação à cultura, à arte, à música, à religião, à hierarquia, à família. Ninguém sabe, por exemplo, entre os brancos o valor que os africanos atribuem aos desenhos nas roupas cumpridas que homens e mulheres usam.
A solenidade da celebração religioa presidida por Dom Pedro Luiz crie esperança para não ver mais ninguém abafar o sorriso sereno dos afrodescendentes.