O ano nem bem começou e já queremos que ele termine logo, tantas são as dificuldades que enfrentamos por todos os lados do planeta.
Nem nos recuperamos de uma tragédia e outra já nos alcança, mesmo que acontecendo em outro país do outro lado do mundo, mas movida pela mesma falta de amor ao próximo, de compaixão e de bons sentimentos que deveria integrar a alma humana.
Ainda estamos de luto...
O Massacre na escola Raul Brasil atingiu a todos, afinal, mesmo aqueles que não conhecemos pessoalmente pode ser parente ou amigo de um nosso conhecido.
Não somos aquela cidade pacata, com ruas de paralelepído, com jeito de interior, descrita por alguns jornalistas da Capital, temos uma população de quase 300 mil habitantes, nosso parque industrial é imenso, o comércio é forte, temos faculdades, escolas e é certo que ainda guardamos resquícios do tempo que éramos de fato uma pequena cidade, como a união de todos quando um acontecimento nos fere causando uma dor coletiva ou num momento de alegria.
Questionamos onde estamos errando na criação de nossos jovens, numa mesma escola frequentam jovens com caráter tão dispares.
Jovens sonhadores buscam na escola a cultura e o ensinamento que os fará evoluir, progredir e realizar seus projetos de vida.
De outro lado dois jovens que se deixaram envolver "pelo lado negro da força" e acreditaram talvez, que trazendo para a vida real o game virtual se transformariam em novos heróis ou sabe-se lá o que, não mais saberemos o que pensavam, porque ao se verem acuados e sem imaginar alternativas de fuga, agiram como seres humanos normais encurralados e amedrontados, o mais novo e aparentemente o mais obsessivo, tirou a vida do companheiro e deu cabo da sua também.
Questiona-se a ausência da família, da estrutura que se considera padrão, entretanto, vemos que entre as vítimas fatais, um menino não tem o pai presente, por se encontrar encarcerado há muito tempo, nem por isso se marginalizou, ao contrário, grato aos esforços maternos que com dificuldade cria os filhos sozinha, era bom aluno, bom companheiro e bom filho.
Talvez não seja a estrutura familiar tão mencionada que faltou, talvez tenha ocorrido à ausência do diálogo, do abraço que transmite afeto, do bom dia amoroso, do acompanhamento até o portão e do aceno enquanto se distancia, demonstrando que é importante para a família e que dela faz parte, mas agora, só nos resta questionar, os fatos aconteceram e resultaram em duras perdas.
Perdas doloridas para todas as famílias, até mesmo as dos algozes e, para aquela que perderam sua mãe que acreditava na educação e no diálogo fraterno, perderam filhos cheios de sonhos e de alegria que não mais irão retornar ao lar após o horário escolar.
Marcas que ficarão para sempre na memória daqueles que sobreviveram e que jamais esquecerão as cenas dantescas que vivenciaram.
Esperamos que a união de pensamento e de apoio não cesse com o passar dos dias, que se faça presente na sociedade e nos lares, para que fatos assim não voltem acontecer, não só aqui, mas em todo o planeta.