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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Novos olhares

02 julho 2018 - 23h59
Às vezes caminhando pelas ruas da cidade nos sentimos cansados e imaginamos que poderíamos encontrar em nosso percurso um banco confortável onde pudéssemos descansar por alguns minutos, apreciando talvez o vai e vem das pessoas mais dispostas enquanto recuperávamos nossa energia para prosseguir.
Melhor ainda se o banco estivesse debaixo de alguma sombra, talvez dessa maneira voltássemos no tempo e buscássemos conversar com alguém que ali também estivesse "dando um tempo" na vida, quiçá colocando em ordem os pensamentos...
Nas nossas cidades até existem bancos nas praças, mas neles nem podemos sentar e relaxar por alguns minutos, logo seremos assediados por vendedores ambulantes ou pessoas que necessitam de uns trocados, às vezes para se alimentar ou para comprar o álcool que satisfaz o vício infeliz que os consome.
Também podem estar ali disponíveis e até debaixo de alguma árvore que com sua sombra fresca nos convida para o descanso, mas o banco não se encontra em condições de nos receber, seja pela má conservação ou por estar sujo.
Enquanto caminho maquinando minhas ideias fantasiosas, observo que as calçadas foram perdendo espaço e mal daria para se colocar um banco por ali, estreitas já dificultam nossa caminhada, nos fazendo desviar de postes e buracos tão comuns e conhecidos...
Para minha surpresa vejo que não sou a única a ter esse olhar... Na capital muitas ruas nos finais de semana já se pode passear tranquilamente e até mesmo sentar nas guias para observar o movimento e, já se fala em redecorar as calçadas com bancos confortáveis, lixeiras, pontos de ônibus com bom acesso aos coletivos, banheiros públicos limpos e seguros.
Descubro numa reportagem que arquitetos liderados por Marcus Vinicius Damon e Guilherme Bravin do Estúdio Módulo, num concurso de ideias de 2016 da prefeitura da capital, para redesenhar o mobiliário urbano, com tudo que se pode imaginar que dê um novo aspecto para o visual escuro das ruas e espaços, com quiosques, e uma boa variedade de bancos, inclusive nas escadas, e com certeza todos teríamos a oportunidade de apreciar com novo olhar esses espaços urbanos que hoje passam despercebidos de nossos sentidos.
Olhando para os poucos desenhos na revista imagina que até o namoro e as conversas ganharão um tom mais alegre e descontraído com o visual sonhado por esses profissionais.
A vida anda por demais corrida, em busca de oportunidades, mas se todos pudéssemos usufruir alguns minutos de relaxamento e descontração sem desviar do caminho a percorrer, talvez nos tornássemos menos estressados e até déssemos mais valor as caminhadas, mesmo que por distância maiores, cientes de que sempre haveria um local para descansar, quem sabe saboreando um sorvete, uma fruta ou uma água gelada, que revitalizaria nossa disposição e não só o ambiente ao redor.
Calçadas hoje tão abandonadas ganhariam nova vida e tornaria o caminhar muito mais prazeroso.
Assim com o tempo, as pessoas voltariam a se envolver mais umas com as outras, parando para saber notícias uns dos outros, sem a pressa hoje tão envolvente que mal permite um leve cumprimento frio e ausente.