quinta 25 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

O adeus à Profª Quitéria Marques de Carvalho Spaolonzi

08 junho 2018 - 01h40
É belo e surpreendente acompanhar e celebrar todos os dias o amanhecer da vida, juntamente Àquele que criou o céu e a terra. Porém, é comum a todos os seres humanos, irem embora, morrer, voltarem ao Criador e não existir mais aqui na terra, contudo, permanecem sempre vivos na memória e no coração dos familiares e amigos. Dona Quitéria Marques Carvalho Spaolonzi saudou durante 83 anos o amanhecer da vida. Era filha de Anna Costa Conceição Carvalho e Mario Marques Carvalho, farmacêutico e boticário, dono da primeira farmácia de Suzano, localizada do lado de baixo da linha férrea e conhecida como Farmácia São José. Os avós maternos de dona Quitéria eram portugueses e chegaram em Suzano por volta de 1910. Preocupados em levar adiante a família, eles negociavam lenha através da rede ferroviária, até construir sua casa, um dos mais belos casarões da cidade.
Dona Quitéria foi uma das pioneiras em Suzano na área da educação. Ensinou durante 35 anos nas escolas do bairro Boa vista e da Casa Branca. Foi uma excelente professora, conforme me disse a ex-aluna Márcia de Toledo Ramos, que a teve como professora de 1964 em diante, na Escola Marques Figueira. "Ela nos ajudava a descobrir nossos talentos, de maneira tal, que a ninguém era permitido ficar na banalidade e no tédio durante as aulas. Me inspirei nela para também me tornar professora, concluiu a ex-aluna ". Hoje a Márcia conserva lembranças e recordações especiais da professora Quitéria e tantos outros suzanenses. Com toda certeza, foram educados por ela, com o privilégio de serem acompanhados por uma professora excelente. Havia na época outros bons professores, porém, ela era uma das melhores entre os docentes.
Quitéria teve outros quatro irmãos Dr. Antônio (Neno), Dr. Henrique que eram médicos, José (Zuzu) professor e o Dr. Mario que atua em Suzano e Mogi na área dermatológica. Quitéria tinha uma comunicação mais frequente com o Dr. Mario, por ter um caráter reservado e discreto como o dele, pois este, mesmo sendo um dermatologista renomado, não é visto em nenhum evento social. 
A Profa. Quitéria era casada com Norberto Spaolonzi, hoje com 85 anos, descendente de italianos, pois o seu pai Silvio era filho de Ciro Spaolonzi, nascido na Itália. Do casamento nasceram dois filhos: Rita que está à frente de seu comércio com a moda feminina e que escolheu como companheiro o Dr. Vito Zuppo e Norberto que exerce a profissão de veterinário.
Dona Quitéria e Norberto saíam todos os dias na rua. Eu os encontrava quando iam almoçar, fazer compras num dos supermercados ou nas lojas onde não podiam deixar de comprar presentes para as netas: Luana, Julia e Helena. Estavam vivendo bem, apesar do limite humano e da idade avançada. Tinham sempre aberto o caminho de uma comunicação mais profunda, íntima e silenciosa entre eles, que satisfaz algo insaciável do nosso coração, como o afeto, a compreensão e o respeito recíproco.
Dona Quitéria deixou ao marido o seu coração de esposa, aos filhos o coração de mãe e às netas o grande coração de vovó. 
À família toda e aos suzanenses deixou o exemplo de seu impecável caráter e estilo de vida moderada e conservadora. O marido, o sr. Norberto continua enraizado no chão suzanense e o seu nome está ligado intimamente à irmã Elisa Spaolonzi, que falecida ainda jovem, recebeu uma bela homenagem do empresário Jurandir Bianchi que lhe dedicou seu nome a um dos mais modernos prédios de Suzano.