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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

O Brasil fora da Copa

12 julho 2018 - 23h59
A Seleção brasileira está fora da Copa e voltou para casa. Com muitos pensamentos rodando na cabeça, os jogadores deixaram a Rússia. Havia quem revelava muita tristeza pelo resultado negativo no jogo contra a Bélgica e também quem pensava no sucesso alcançado pelo técnico Tite, por ter levado a seleção a se classificar e participar da Copa. Os jogadores brasileiros teriam sido aclamados como heróis da nação se tivessem ganho a Copa, porém, voltaram a ser cidadãos comuns.
Seus nomes continuarão a ser importantes, não mais na mídia internacional ou pelos torcedores, mas apenas na família e nos clubes onde eles atuarão na nova temporada.
Neymar não foi acolhido de braços abertos, mas carregado de melancolia, sem luz brilhando em seus olhos, sem um sorriso tomando conta do seu rosto, mas derramando algumas lágrimas. Simplesmente teve medo de aparecer em público quando chegou ao Rio de Janeiro. O estádio de Kazan foi palco das derrotas da Alemanha, da Argentina e do Brasil, as grandes favoritas para vencer a Copa e viu a Espanha vencer ao Irã apenas por 1 a 0. 
Agora chovem pensamentos de todo tipo. No entanto o que importa é ter colhido os frutos de uma integração entre times e torcedores de países diferentes que não falavam o mesmo idioma, e não obstante isso, o futebol os aproximou. Os times perderam o sonho de levar a Copa para seus países, mas ganharam a marca da união, da fraternidade e da amizade. Durante a Copa os jogadores passam dias mágicos, lindos, emocionantes, não sei se se choram de emoção ou de alegria. As imagens dos hinos cantados à capela antes do início do jogo emocionam até uma pedra. É este o verdadeiro sentido da Copa, é um encontro de povos, de alegria, de superação, de determinação e de reflexão sobre o mundo tão dividido, mas que pode ser feliz quando se reúne e brinca com a bola, deixando de lado o medo das balas que matam e destroem.
No entanto para que as competições sejam bem sucedidas, os jogadores precisam jogar com o espírito de equipe. Habilidades e talentos individuais são importantes, mas no futebol é absolutamente necessário jogar como um time. A torcida tem grande importância no desenvolvimento do jogo, seja incentivando os jogadores com gritos, canções e sinais de entusiasmo ou com vaias em sinal de insatisfação. Há de tudo nas arquibancadas: decorações feitas de lonas, fitas e bexigas ou movimentos dos torcedores que parecem uma onda, a famosa "Ola".
A paixão e o interesse pelo futebol, porém, está muito acima do interesse pelo rumo do país. A torcida torce pela seleção, mas pouco faz para incentivar os políticos a mostrarem a melhor maneira de fazer política, sem corrupção, sem desigualdades e pobreza. O Brasil precisa muito mais, do que ter apenas uma bela seleção.
Precisa de bons políticos, de críticos, de intelectuais que pensem no desenvolvimento econômico, cultural e social do país. Certamente não será a Seleção a garantir um sistema político eficiente, adequado perante as demandas socioeconômicas da população. É necessário mudar o círculo vicioso da política para um círculo virtuoso, sendo assim, a dinâmica social poderá gerar resultados positivos.