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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

O prazer da leitura

25 novembro 2019 - 23h59
Fui incentivada a ler desde que aprendi as primeiras letras e a formar palavras. Ainda me lembro de minha mãe falando dos solavancos das minhas primeiras leituras, lia aos poucos, meio aos trancos... Nada escapava das minhas tentativas de ler, cartazes de cinema, propagandas, tudo incitava a minha curiosidade e eu ia certamente causando alguns "micos" para meus pais, pois, lia alto e todos podiam ouvir e perceber minhas dificuldades...
E foi assim que tomei gosto pela leitura, com o passar do tempo não podia enxergar uma revista num consultório médico, no dentista, nas bancas de jornal, tudo era novidade e lia com aquela voracidade de quem tem fome... Fome de letras, de histórias e assim saciava minha frequente curiosidade, tinha necessidade de saber o que contava aquela porção de letras reunidas numa folha de papel bem diagramado.
O tempo passou, minha leitura foi se aprimorando e o gosto por ela também, somente a curiosidade não mudou.
Um dos maiores prazeres é poder entrar numa biblioteca, numa livraria e sentir o perfume que exala de um livro novo ou o cheiro de mistério dos livros já calejados de tanto manuseio. Quem será que o folheou, será que gostou da história, acompanhou a imaginação do escritor, viajou na ideia e por ela se deixou levar?
Tempos atrás quando me dirigia às bibliotecas públicas, atualmente tão esquecidas, sempre que solicitava um livro, ficava curiosa em saber quem o havia manuseado antes de mim, por vezes encontrava um marcador de páginas e até mesmo um trevo de quatro flores completamente desidratado comprimido entre as folhas do livro... Bons motivos para ler e tentar saber o porquê da marcação desta ou daquela página.
Atualmente livros, aqueles compostos de uma capa imaginada com esmero, com muitas páginas que tiveram que ser diagramadas, revisadas e corrigidas uma a uma está em decadência, afinal, quem gosta de ler pode fazer em seus smarphones modernos, acessar livros nacionais ou estrangeiros em qualquer lugar, certamente não tem o perfume especial do livro físico, mas resulta no mesmo prazer e entretém da mesma maneira.
Sacio às vezes minha sede de leitura na internet, mas sinto prazer em folhear o jornal pela manhã enquanto saboreio o desjejum matutino, lendo até mesmo publicidades, o horóscopo, a página social, as notícias políticas e policiais, até mesmo os editais e as novidades que acontecem na região...
As revistas prefiro que me cheguem pela maneira antiga, entregues no portão nos finais de semana, então posso com calma saborear prazerosamente cada matéria, cada artigo, como se saciasse minha fome, uma fome diferente... Que só acaba quando fecho a revista, após ler a última página onde o articulista da semana explana suas ideias.
A cada livro lido é como se tivesse feito uma viagem, podemos seguir a imaginação do seu autor ou simplesmente nos colocar na história contada, fazer parte como personagem silencioso que observa e se atenta aos detalhes, "vendo" o que acontece com um olhar mais amplo, analisando cada parágrafo e até mesmo acrescentando o que a imaginação nos aconselhar...