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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

O que Forma a Educação

24 maio 2019 - 23h59
Educação, lá no fundo, é a maneira com que recebemos a forma de viver do nosso grupo social. É como aprendemos a conviver com os demais. É como recebemos a cultura da sociedade em que vivemos. É como sentimos aquela sensação de pertencimento: “somos daqui”, “somos iguais a essa gente que vive aqui”. Quem não se sente ligado a nenhum grupo social vive muito solitário, acaba se destruindo e também destruindo o que encontra por perto, o tal de vandalismo. 
Fui professor de Antropologia, especialmente a sua Introdução, em algumas Faculdades onde consegui implantar essa cadeira nos cursos de Pedagogia. A Antropologia (do grego “anthropos” ("homem"); e “logos” ("pensamento", "estudo") é a ciência que estuda o homem, a humanidade, de modo abrangente. Ao mesmo tempo pude ter reafirmada a importância de se estudar a História Local, para sabermos como a gente com quem se vive hoje foi se formando, sobre quais valores. Especialmente na Formação dos Educadores.
Arte é uma forma ampla e bela de nos expressarmos. Aí libertamos o nosso interior mais íntimo. Todos tem ao menos uma forma de se expressar artisticamente. Mesmo que a gente não tenha descoberto qual. Infelizmente, a maioria nem é levada a conhecer algumas linguagens artísticas para poder escolher como se expor aos demais de uma maneira sensível. Não importa o modo, se escrita, desenho, pintura, música, cantada ou tocada, dançada, ah, que são tantas as maneiras...
Dessas diversas maneiras intercambiamos com as demais pessoas. E isso tudo aprendemos com os outros. Ninguém nasce sabendo. E aprendemos em toda parte. Agora, alguns chegam a acreditar que só aprendemos na Escola, o que não é verdade. Aliás, inventaram a tal de Escola porque ela não é senão uma maneira de aprendermos mais rápido e mais barato. O tempo para isso e o custo tomado é menor para ensinar um grupo de várias pessoas ao mesmo tempo do que um de cada vez.
Com isso, acabamos esquecendo que também aprendemos em casa, com a família, com os vizinhos, com os amigos, com desconhecidos, nas mais variadas situações. 
O mal é que acabam escolhendo o que é de menor custo, não o melhor para aprendermos. E os Professores deixam de se formar melhor, com o máximo possível, mas com o mínimo. Alguns tem o poder de decidir qual é o mínimo para os outros saberem. E assim, os Escolares deixam de aprender Artes, que nem os professores sabem para si. Deixam de saber as suas Origens, a sua Cultura de Origem. E, claro, quem não aprendeu sua língua materna, nunca vai aprender uma segunda língua, outras culturas. 
E na sociedade em que vivemos, afirmam que vale mais aprender a “cultura” que pode render dinheiro. Especialmente a transmitida pelos meios de comunicação de massa, que, infelizmente, nem chega a ser sempre de alguma qualidade para nos tornarmos melhor. E a “cultura eventual” acaba sendo o molde, só com “eventos”, shows, espetáculos, de quanto mais multidão melhor, e que depois que acabam nada deixam nas pessoas. Como se todo mundo tivesse de pensar igual, padronizado, modelado. 
É isso o que queremos?