A agitação para organizar o roteiro, planejar a viagem é sempre uma coisa animadora e alegre, os preparativos já vão desenhando em nossas mentes tudo de bom que vai acontecer pelo trajeto.
Os familiares que iremos rever depois de longa data, a surpresa que vamos causar aparecendo assim de repente, tudo isso deixa nossas cabeças nas nuvens, eufóricas.
A saída sempre acompanhada de nossas orações e pedidos de proteção, afinal, vamos trafegar por várias rodovias, algumas delas bem movimentadas, com intenso trafego de caminhões que transportam produtos de um lado para outro do nosso país.
A estrada se descortina á nossa frente e os quilômetros vão sendo engolidos um a um com tranquilidade, apreciando a paisagem, ora feita pela natureza, ora elaborada pela mão do homem e assim a distância vai diminuindo gradativamente.
Numa parada, um jovem mochileiro nos pede carona, está indo para um curso, onde segundo ele ficará quase quinze dias longe do celular, próximo de pessoas, mas em meditação. Fico imaginando um jovem fazendo silêncio, quando essa é a fase das conversas e das trocas de ideias...
Aparentemente está bem cansado, pois, após breve dialogo, se acomoda no banco traseiro e tira um cochilo reparador.
E nós os viajantes continuamos nosso percurso, agora com um terceiro passageiro silencioso, cada um travando sua batalha cerebral pessoal, sem comentar nada.
Chegamos ao ponto onde sairemos daquela estrada e nosso passageiro, agradece e fica ali no aguardo de uma nova possibilidade de carona e nós seguimos viagem comentando como será ficar quinze dias sem conversas, num lugar onde o silêncio e a meditação é que devem se impor.
Ao final do dia chegamos ao nosso destino e então vamos dar cabo daquela fome que nos consome, apreciando o visual que a natureza nos oferece... O imenso mar azul, que calmo, parece balançar de um lado para outro a espuma, sem causar tumultos, aparentemente curtindo a grande número de crianças na orla que se aproveita do por do sol e do tempo agradável que agora faz, depois de um dia inteiro de calor abafado e desanimador.
A fome saciada vamos também apreciar o por do sol, pisando naquela areia que ainda está aquecida pelo Sol que parece ter feito morada permanente aqui em nosso planeta.
São vários dias de passeio e de visitas que nos agradam imensamente, as cidades se descortinam para nós com seus encantos especiais, uns pelas praias, os golfinhos, os peixinhos que nadam tranquilamente a beira mar, as gaivotas com seu andar pesadão e gracioso e bico certeiro na busca do alimento, outras pelos museus, pelos seus guardados, seus monumentos históricos e sempre em todas elas o encanto com a natureza dadivosa que enche nossos olhos com aquela imensidão de mar azul.
Nalgumas nos encantamos com a limpeza das praias, nenhum papel ou resto de qualquer coisa, somente areia e água, onde podemos caminhar sem medo e noutras o descuido com a natureza, onde latinhas e garrafas de misturam na areia, causando desgosto para o olhar.
Entretanto, voltar para nossa casa é ainda a melhor parte da viagem, saber que temos sempre um rumo certo no final do passeio é maravilhoso...