A Organização Mundial da Saúde recomenda que se tenha pelo menos 12m² de área verde por habitante. Entretanto, não se sabe ao certo se essa metragem é concentrada em um bosque nos limites do município ou distribuída, difusa pela cidade de tal modo que o verde, hortas, pomares e jardins façam parte do cotidiano das pessoas.
Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o Central Parque tem aproximadamente 3,5Km². Em Buenos Aires, na Argentina, os Bosques de Palermo tem aproximadamente 5Km². Em São Paulo, o Parque do Ibirapuera tem aproximadamente 1,5km².
Entre 2005 e 2012, o município de São Paulo passou de aproximadamente 35 parques para aproximadamente 90 parques; e de aproximadamente 4,5 mil praças para 5 mil praças. Em 2017, além do Parque do Ibirapuera, há outros 106 parques públicos municipais e 5 mil praças.
Para cuidar dessas milhares de praças, foi criado o Programa Zeladores de Praças, como estratégia de inclusão social, formação profissional e manutenção das áreas.
Atualmente, o gestor de plantão sem a menor percepção sobre o potencial de articular ampliação das áreas verdes, cuidado e manutenção das áreas existentes e estratégia de inclusão social, tem proposto a privatização dos parques a iniciar por 14 deles, os maiores e mais vistosos.
Pelo menos duas questões chamam atenção com relação à política de áreas verdes no município de São Paulo:
1. As iniciativas para ocupação de áreas baldias como é o caso da "Pipa São Paulo - Praia Urbana" e o "Pesque-e-Solte". A "Praia Urbana" é uma iniciativa privada e ocorre na região Central de São Paulo. Um cidadão alugou uma esquina, antigo estacionamento e simulou uma praia, com areia, gramado, duchas, banheiros, cadeiras de praia, quiosques e uma programação de feiras de produtos orgânicos, atividades lúdicas e pequenos shows musicais; O "Pesque-e-Solte" é uma apropriação social de áreas abandonada pelo poder público em Artur Alvim (zona leste). Antigo terreno baldio, foi transformado em pesqueiro gratuito e mantido pela comunidade local. A única regra é pescar e soltar o peixe.
2. Os aproximadamente 120 mil terrenos baldios no município, que totalizam aproximadamente 93Km², ou seja, mais de 60 Parques do Ibirapuera se estivessem em área contínua.
Diante das duas questões, por que não estimular a transformação desses terrenos baldios em hortas, pomares, jardins e tantas outras formas de ocupação?
Trata-se de procurar formas de juntar as pontas: formação em jardinagem, ocupação de áreas ociosas, ampliação de áreas "públicas-privadas" para lazer, contemplação e mesmo para hortas e pomares. Seria uma forma de envolver o setor privado a partir de seus terrenos e de suas próprias propriedades em vez de envolvê-los por meio da privatização do patrimônio público.