sexta 19 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Primaveril

23 setembro 2017 - 06h00
Nós entramos na Primavera. Claro, melhor é se ela entra em nós.
Sempre plantei árvores pela minha vida toda. Sei da sua imensa importância na vida humana. Seja emocional, seja racional, seja de equilíbrio biológico, ecológico, seja de limpeza do ar, seja, tão simplesmente, por visão de estética, de beleza do espaço que ocupamos, onde vivemos. Mas como deixar de lado, secundarizado, a importância arbórea para a Poesia da Vida, da nossa Vida do nosso jeito de viver?
Desde criança, até me aposentar do trabalho na Educação, sempre participei, e estimulei, a atuação em ações de arborização. Portanto, sei o quanto tratar de arvore, e de sua ocupação, é difícil. Vivenciei a tristeza de alunos de escolas onde as crianças viam, as árvores que elas mesmas plantaram nos pátios escolares, depois de eleições, onde as escolas costumam ser zonas eleitorais, verem destruídas as mudas que elas cuidavam tanto nas suas vidas escolares. Não, aquelas pessoas que destruíam árvores, nas eleições, nos locais de votação, não estavam praticando atos de cidadania. Elas iam votar por obrigação, por coerção. E as crianças se davam conta disso em plenitude.
 
O Dia da Árvore sempre foi um momento de encantamento. E, a seu modo, ele introduz a Primavera que lhe chega em seguida.
Pois a estação climática da Primavera é um tempo relevante da Vida. O ciclo das estações, que chegam, que se escorrem, depois se vão para, algo mais adiante, voltarem com seu vigor, completando as nossas passagens periódicas.
 
Com toda a certeza, sabemos que as estações do ano estão por várias vezes assumindo passagens estranhas as suas características naturais. Os Invernos exibem calores impactantes. Os Verões, de mesmo, se mostram hibernais em tantas oportunidades. Ou ultrapassam seus costumeiros, ou expectativas de seus climas. Com temperaturas extremadas em Verões e Invernos, como também nas antigas meias-estações. As chuvas somem por anos. E também voltam exacerbadas. As secas assumem os tempos de tradições chuvosas. Aquecimento global? Há muito questionamento por tudo isso. Mas os ciclos se desequilibram com mais frequência nos tempos em que vivemos.
 
Na primeira semana agora de Outubro lançarei meu livro de Poesia: “PAISAGENS – Passeios pela Vida”. Todos os seus setenta poemas foram escritos especificamente para esse livro. Reflito, me emociono, sinto, interpreto as passagens da Vida. Mais Poesia para nós todos.
 
Por isso trago desse livro, aqui e agora, o Poema “Paisagem”: “mirar adiante se deve/ sem deixar de olhar as alas/ nem esquecer do que nos acompanha// tantas vezes passamos sem perceber/ o campo de que somos parte// se extraordinária parece a visão/ nem vemos quanto dela/ nos transforma em arte// sem saber o que integramos/ nem nos damos conta/ do que dependemos/ como ver então onde o nosso liame?/ nossa origem?/ a paisagem que nos liga tanto?// olhar adiante/ não pode fazer esquecer/ de atentar a cada passo/ vida é o vivido agora/ e curtido sempre”