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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Recordando o Dr. Raul Pena Cunha

11 julho 2019 - 23h59
Há poucos dias faleceu em Suzano o médico obstetra Dr. Raul.
Sem conhecê-lo pessoalmente, me admirei com o histórico do serviço por ele prestado às mães parturientes durante várias décadas.
O Dr. Raul realizou centenas de partos na Santa Casa de Misericórdia de Suzano e em várias clínicas particulares da cidade e região. O seu cuidado com o ventre das mães lhe rendeu notoriedade e prestígio em São Paulo e em Suzano. Sabia, como todo ginecologista, da grandeza criativa do ventre materno, e como este constitui a primeira escola que, através da escuta do coração, permite aos pais e ao médico de se comunicarem com o nascituro.
A vida que sai do útero da mãe, ultrapassando todas as fronteiras que se encontram no misterioso corpo da mulher, nos torna conscientes da maravilhosa ação divina ao criar o homem e a mulher.
O mistério da concepção é um grande feito de Deus e da natureza, mas mais importante ainda é o lugar que a criança ocupará no coração da mãe e do pai em ser amada ao longo de toda sua vida.
O Dr. Raul iniciou a exercer a sua profissão de obstetra em São Paulo, e nos anos 70 passou a atender também em Suzano. Por algumas décadas, a Santa Casa de Suzano foi uma referência na Região. Foi na maternidade da Santa Casa que nasceram os três filhos de Berenice e Waldir, primo da Mirna, esposa do Dr. Raul e filha de Walter Bragheroli. Claro que os filhos dos irmãos João, Walter e Ciro Bragheroli tinham preferência em levar as esposas grávidas para serem atendidas pelo Dr. Raul.
A Mirna, que encontrei no velório onde estive para o rito religioso do sepultamento, conheceu e se apaixonou pelo Dr. Raul após algumas consultas feitas com o médico. Os dois já namoravam outros parceiros, mas se aventuraram num amor maior que lhes proporcionou uma grande estabilidade conjugal ao longo de quase quarenta anos de vida matrimonial. Ao lado deles estiveram os filhos Rafael, Gabriela e Gulherme.
O Dr. Raul não enfrentou uma grande luta para vencer alguma doença, mas teve um infarto fulminante, que pegou de surpresa toda a família e todos os suzanenses mais antigos.
Por ter apenas passado dos setenta anos, o médico ainda não se preocupava com o destino final quando, improvisamente, passou de um sono rotineiro ao sono mais profundo.
Na casa dele e no consultório onde atendia, existe hoje um silêncio, um respeito, uma memória a ser guardada no decorrer do tempo.
Poucos acreditam que o drama da morte prepara o ser humano para a maior e mais bela experiência de vida. Para muitos, a explicação que se dá quando um ente querido vive uma vida nova com Deus é apenas a de dizer: morreu.
Mas a verdade é que, no céu, o Dr. Raul vem enchendo o seu coração de alegria, celebrando com simplicidade triunfal a vitória sobre a morte e o encontro com o Pai celeste