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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

São Coisas Nossas...

22 novembro 2019 - 23h59
Pense na República. Isso é “res publica”, “coisa pública”, ou seja, pensar no “bem público”, aquilo que pertence a todos, e não o contrário, “tudo aquilo que não tem dono”, como alguns acreditam. Esses últimos confundem, conscientes ou não, o Poder Público como se fosse coisa sua, pessoal. A república deles seria algo como uma aristocracia, o “governo dos melhores”, como já significou. E quando algum desses “melhores” chegam ao poder, até pelo voto, levam junto todos os que lhes parecem os melhores, dos seus parentes aos que professem a sua ideologia. Criam-lhes cargos, que acabam assumindo a sua cara, ou melhor, perdendo a cara, se descaracterizando.
A Constituição Brasileira, de 1988, tem seu jeito de interpretar o sistema republicano nacional. Temos aspectos monárquicos, como profissões com vitaliciedade. Se pegarem um juiz roubando, ele será aposentado (SIC!!!)... Temos jeitos ditatoriais, como hipervalorização dos representantes legais. Como praticamos o Liberalismo exacerbado, como custeio de famílias de presos. Por que não cobrar seus custos, impondo-lhes trabalho?
Talvez nunca existirão sistemas governamentais perfeitos. O ser humano é contraditório. A nossa Constituição é absolutamente ampla. Alguns artigos exigem regulamentação, jamais feita. Portanto não existem em termos práticos. Como se fosse incompleta. Estranho?...
Quando nossa Constituição foi estabelecida saíamos de uma Ditadura Militar. Os nossos representantes tinham muitas linhas de pensamento. E todas se estabeleceram nessa mesma Constituição. Cabe lembrarmos da antiga União Soviética, que ao acabar, seus líderes, que “defendiam o poder do povo”, exibiram-se bilionários. Vimos algo semelhante? Pensemos em nossa República. Em nossa Democracia.
A Democracia, do grego “demokratía”, significa a junção de dois conceitos, um, “demos” que expressa o entendimento de “povo”, e o outro, “kratos”, que expressa a ideia de “poder”. Assim, Democracia manifesta o “Poder do Povo”.
Democracia, eleição dos representantes do povo. Em significativo número, não o representam, nem agem correto em suas funções. Então o mal está na Democracia? Devemos rejeitá-la? Só nos resta clamar por uma Ditadura? Civil ou Militar? Ou o problema estaria na má escolha dos representantes?
Temos de repensar a Democracia? Sem dúvida! Por quê? Porque oferecemos muitos recursos para o domínio dos agentes que nos “representam”. Temos uma das maiores cargas de impostos do mundo, com reduzido retorno. Gastamos desordenadamente para manter esses representantes, não apenas nos seus salários como nas suas vidas. Em todos os níveis, municipais, estaduais ou federal. Em todos os três poderes.
Vai levar tempos para ser alterado! Verdade! Como negar?
Temos pouca formação cidadã, temos pouca educação. Difícil percebermos que estamos sendo enganados. Precisamos repensar nossa governabilidade. Rejeitar a nossa liberdade de escolha, nada melhora. Não será rápido, repensarmos, nossa Democracia, se Parlamentarista (você sabe o que é isso?), se Presidencialista (sabe o que é isso?). Mas pode ser melhor do que se omitir.