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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Situação do prédio onde funcionava o Restaurante Popular

17 outubro 2019 - 23h59
Projetos novos, dignos de serem realizados, espera o prédio onde durante alguns anos funcionou o Restaurante Popular, perto do antigo Hospital Campos Salles.
Repetidas vezes me deparo com o local que parece, conforme uma nota divulgada pela Prefeitura, estar prestes a ser reformado.
Com as necessárias modificações, mais uma outra obra poderá dar novo brilho ao Centro da cidade.
O prédio não serviu apenas como restaurante popular, mas ao longo de muitos anos, a começar dos anos 40, havia no local a Vinícola Sovis. A fábrica que produzia vinho e champanhe, ocupava um quarteirão, entre as ruas; Felício de Camargo, Monsenhor Nuno e Presidente Rodrigues Alves.
O proprietário era um italiano, Amadeu Mazza que comprava uva no Rio Grande do Sul e com os caminhões a trazia para Suzano. Com o nome dele nasceu o bairro de Vila Mazza. O impacto crucial com os vinhos que vinham do Sul do Brasil, enfraqueceu o comércio do vinho local. Isso levou o empresário a dispensar os muitos suzanenses que trabalhavam na produção do vinho e a fechar a fábrica em 1977.
Abriu-se um período durante o qual o prédio ficou trancado, silencioso e vazio, fatalmente sujeito a coisas desagradáveis, como um grave incêndio no final dos anos 70. Um passo importantíssimo foi dado durante a administração do prefeito Marcelo Cândido, que adaptou o prédio para um restaurante popular. Os pobres da cidade ficaram agradecidos, pois havia refeições ao custo de 1 Real.
Eu balançava a cabeça quando passava por ali e via uma fila imensa de pessoas, a maioria idosos e aposentados, debaixo do sol, da chuva, esperando sair os que já tinham almoçado. Retrato de seres humanos que precisavam conter-se financeiramente e com austeridade por não ter de onde tirar o dinheiro.
Tinha coisas boas para comer e certa vez experimentei a comida distribuída ao povo. Com o fechamento do restaurante popular acabou a festa.
O prédio levou uma certa vantagem ao ser reutilizado pela administração do prefeito Paulo Tokuzumi e pelo atual prefeito, como salão social, para confraternizações com idosos, professores e funcionários.
Hoje, ninguém quer olhar o prédio duas vezes, de tão feio que ficou, para não falar do mau cheiro que exala. De fato na entrada lateral há um espetáculo deprimente, sobretudo à noite, olhando para um canto todo escuro onde descansam os irmãos de rua. É gente obrigada a passar dias e noites, deslocada de suas casas e famílias.
Podemos dizer que eles tomam conta do local que poderia ficar pior se marginais adentrassem ao prédio.
Com o novo projeto anunciado pela atual Administração, será possível ver o público não tampar o nariz pelo mau cheiro, mas boquiaberto olhar uma outra obra, exaltando e prestigiando o mandado do prefeito Rodrigo Ashiuchi que vem trabalhando a todo vapor, num ritmo frenético para levar adiante o crescimento da cidade.