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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Superação da violência: tema da Campanha da Fraternidade 2018

16 março 2018 - 01h00
A Igreja católica traz a cada ano, por meio da Campanha da Fraternidade, uma essencial contribuição para que a lógica do amor cristão, que constitui o coração palpitante de todo o Evangelho, torne-se um bem universal.
A mensagem que Cristo trouxe para a humanidade, de esperança por um mundo melhor, acontecerá ao eliminarmos tudo o que agride, ameaça e sufoca a vida dos irmãos. É impressionante a difusão de numerosos atos de violência, ódio e vingança. Todos os dias assistimos a fatos horrorosos de violência que ferem e tiram a vida de muitos seres humanos.
Tudo isso inviabiliza a realização da paz e da civilização do amor. A violência é um mal inaceitável, pois nunca resolve qualquer problema no decorrer de desentendimentos e atritos, confrontos e conflitos políticos e sociais, brigas nos lares, nos bares, na rua ou no trânsito.
A Campanha da Fraternidade e a estatística com um número expressivo de mortes violentas, revelam a contradição da imagem que se tem do povo brasileiro, reconhecido como alegre, pacato e ordeiro. Infelizmente o Brasil não tem uma política pública eficaz de combate à violência, a não ser as investidas do exército, dos militares e da polícia nos morros ou favelas, esquecendo que a promoção de emprego, cultura, educação e lazer para adolescentes e jovens são elementos vitais para este combate. 
A pobreza é uma das maiores formas de violência. Pois, é nas camadas mais pobres que os traficantes encontram suas vítimas para a exploração sexual, comércio de órgãos, pornografia infantil, transformando o ser humano numa mercadoria.
Os poderes públicos, em lugar de garantir que as políticas públicas tenham em vista o aumento da solidariedade entre as pessoas, incentivam as famílias que possuem um poder aquisitivo mais alto, a procurar a segurança nas cercas elétricas, nas câmaras, nas guaritas e vigias.
Desta forma, as pessoas se isolam e sentem nisso uma falsa sensação de segurança.
O outro é afastado. Mantem-se distância não só do inimigo, mas também dos possíveis amigos, como os vizinhos.
Existem hoje no Congresso Nacional, parlamentares interessados em propostas geradoras de violência. São políticos que defendem o uso de armas de fogo pela população civil, sustentando tratar-se de um direito natural, o da autopreservação.
A corrupção é a expressão de que o dinheiro está em primeiro lugar, colocando em segundo plano a dignidade da vida humana.
Não se pode negar que uma grande parcela da população deseja uma polícia violenta.
Por isso vibram quando enxergam um criminoso morto. A partir desta ideia muitos policiais reagem de forma violenta contra negros, jovens e pobres, provocando a reação dos chefes das quadrilhas que assaltam as delegacias e matam os policiais.
A Campanha da Fraternidade indica um caminho. O Papa Paulo VI, dizia ao instituir o Dia Mundial da Paz em 1968, que seria celebrado sempre no primeiro dia do ano:"Do Evangelho pode brotar a paz, não para tornar os homens fracos e moles, mas para substituir nas suas almas, os impulsos da violência e da prepotência, pelas virtudes viris da razão e do coração e serem movidos por um humanismo verdadeiro".