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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Tetracampeão mundial de judô usa técnica, stents cardíacos e Terço

26 janeiro 2018 - 05h00
Estou falando do suzanense Marco Aurélio Trinca, quatro vezes campeão mundial de judô para veteranos. Uma empreitada fora do comum. Ele ganhou os títulos mundiais em 2001, 2012 e 2016 nos Estados Unidos, e em 2003 no Japão. Conversando com ele durante um jantar, jamais teria perguntado sobre a sua saúde. Por ter conquistado 4 medalhas de ouro, 5 de prata e 13 de bronze, imaginava que tivesse uma saúde de ferro e um coração de tigre. A estatística de quem ganha 22 medalhas não pode ser de homem que vive, anda e luta com 6 stents no coração, após ter se submetido a 8 cateterismos.
Olho para ele e observo que tira do bolso algo fora do comum: um Terço que serve para rezar 50 “Ave-Marias” a Nossa Senhora Aparecida.
O primeiro infarto gravíssimo com uma chance de 5% de vida, aconteceu depois de conquistar o primeiro título de campeão mundial de judô para veteranos.
Quase estava jogando fora a própria vida.
Teve melhoras e se recuperou. Fiquei sem falar durante alguns minutos, encantado pelo gesto dele segurar o Terço nas mãos.
Como é possível, após ter sofrido o infarto e feito 8 cateterismos, ganhar 22 medalhas entre as de ouro, de prata e de bronze? Aconteceu algo que parece combinar com um milagre. Marcos continua ainda hoje, aos 52 anos, a lutar, voltando sem a menor hesitação, ao seu lugar preferido, onde treina e dá aulas de judô, mas não desgruda do Terço. Ele o leva sempre consigo com certo ar de triunfo inocente, sabendo também sorrir diante da dura realidade do seu coração enfraquecido e de intervenções cirúrgicas serenamente sofridas para abstrair 3 hérnias.
O futuro é de grande expectativa para ele, para a sua esposa Celia e para toda a família. O pai Davi, já falecido, teve uma impressionante carreira de judoca e foi ele que o ensinou a esticar braços, pernas e corpo para derrubar o adversário.
A escola de Judô do pai Davi, não é apena uma recordação, mas se constitui até hoje numa das mais procuradas escolas de judô em Suzano.
Mas o que enriquece mesmo a vida de Marco Aurélio é a fé da mãe. Uma fé praticada, vivida e celebrada com devoção e amor à Cristo e à Virgem Maria.
Fico meditando uns instantes sobre tudo isso, chegando a pensar se o que aconteceu com Marco, ao lutar com seis stents numa das veias principais do coração, é pura sorte, destino a seu favor ou uma graça divina ou algo que eu não sei dizer.
Sei que a fé em Deus e na Virgem Maria nele tem um destaque indelével, uma fé que em muitos não existe mais, mas que se constitui num bem soberano, concreto e eficaz.
Vivemos num mundo, que se pudesse apagaria toda a beleza e riqueza da fé, que volto a dizer, se constitui num dos tesouros mais vivos e importantes da nossa vida.
É um mundo que põe limites ao nosso desejo de devoção, de espiritualidade e de plena confiança no Deus da vida.
Marco Aurélio luta movido pela paixão pelo judô, que parece ser uma normalidade familiar, do pai, dele e de seu irmão Marcelo, mas também luta para conservar a fé que ele fortalece com a intuição genial da reza do Terço.