Após uma breve temporada na Itália, eis-me de novo a dirigir o meu olhar sobre a cidade de Suzano e sobretudo sobre o antigo bairro do Baruel.
Havia tanta ânsia para saber o que de bom foi realizado pela administração do atual prefeito Rodrigo Ashiuchi, que lá estive para curtir a novidade da reforma no pequeno bairro. Evidentemente que aconteceram tantas outras reformas na cidade com iniciativas, eventos e ações sociais em benefício da população.
A cidade está caminhando lentamente, encarando de frente os problemas que afetam o centro e os bairros.
Vibrei ao ver que ficou tão bonita a nova pracinha do Baruel. Do obscuro e sombrio mundo em que se encontrava o bairro, a administração municipal injetou dentro dele uma nova luz, novo visual, nova vida. O sonho de um tão lindo projeto que transbordava no peito do Prefeito Rodrigo Ashiuchi, tornou-se visível na realização da nova obra.
O povo, porém, quer mais, quer ver o Parque Miraporanga aberto ao público, antes que o ambiente se deteriore ainda mais, perdendo suas características naturais.
O Baruel é o ponto de partida da história de Suzano. Portugueses, italianos e alemães, instalando-se no bairro, alimentaram sonhos para reconstruir a Igrejinha no território, um futuro novo e uma nova cidade. Prevaleceu, porém, o projeto do imigrante Antônio Marques Figueira, que construindo perto da linha férrea a primeira residência, deu início a novas construções, novas estradas e novo povoado.
As famílias: Costa, Conceição e Bianchi, que moravam no Baruel, saíram do bairro para ir a morar perto da linha férrea, na Vila da Concórdia, que passaram a chamar Vila da Piedade e logo em seguida de Vila São Sebastião do Guaió. Este nome não ficou por muito tempo porque após alguns anos nasceu a cidade de Suzano.
A família Bianchi, porém, manteve a ligação com a Capela do Baruel, atraindo a cada ano para a festa de Nossa Sra. da Piedade venerada, a começar do 1700, o povo que morava no novo povoado de Suzano.
Quem transita na estrada Índio Tibiriçá pode olhar o pequeno polo turístico do Baruel que muito significa para a história de Suzano.
O lugar é sagrado e bonito. A Igreja mergulha no silêncio suave e está bem em sintonia com o espaço que transborda de encanto, beleza e claridade.
Igreja e prefeitura continuarão a gerar e recriar nova vida. A Capela aberta ao público possui peças artísticas, como o altar que fazia parte da antiga Igreja de São Sebastião.
Onde está agora a imagem de Nossa Sra. da Piedade, havia outra da mesma Santa, de valor histórico, do século XV e que foi roubada.
Dona Madalena Paiva que hoje vive em Suzano, passou a sua infância no Baruel ao lado de seus pais Antônia Bianchi e Antônio Castro e dos avós Roberto Bianchi e Ernestina de Jesus. Revendo as páginas do livro do Prof. Suami: “Suzano Estrada Real”, vejo que o prestígio do bairro estava bem avançado, com a instalação no ano de 1870 de uma escolinha de “primeiras letras”. Fato que fazia do Baruel um bairro que marchava para um futuro que somente nos dias de hoje alcançou o seu alto reconhecimento histórico e turístico.