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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Uma cidade sem museu carece de História

07 setembro 2018 - 03h00
O Brasil tem muita história guardada nos museus, nos arquivos e nas bibliotecas municipais. Oxalá a cidade de Suzano possuísse um museu que tivesse o papel de informar e educar a população, mostrando a história do passado. Expor peças e objetos antigos, profanos e religiosos, documentos, instrumentos, pinturas e esculturas. Todo este material ficaria exposto permanentemente em salas, para mostrar aos visitantes o traçado histórico da cidade e auxiliar na formação cultural dos alunos, dos moradores e visitantes. Sem museu fica difícil levantar as características históricas que remetem ao passado e que revelam as transformações culturais e artísticas acontecidas ao longo do tempo, envolvendo várias gerações.
Às vezes me deparo com pessoas que falam da história de Suzano, ou observo o que ainda resta dos antigos edifícios públicos, das antigas residências, e me dou conta da importância da preservação do patrimônio cultural.
Vimos na televisão quanta dor causou nas pessoas a destruição do Museu Nacional de Rio de Janeiro, que guardava o quinto maior acervo do mundo, entre eles, o crânio e o esqueleto de Luzia, fóssil de 12 mil anos, o mais antigo já encontrado nas Américas. Foram queimados: o documento da assinatura da Lei Áurea, o sarcófago com o corpo mumificado e intacto, ainda não desenfaixado da egípcia Sha Amum Em Su, cantora religiosa do templo, cujas relíquias chegaram ao Brasil em 1826 por vontade de Dom Pedro I.
Lembramos ainda, que o fogo queimou o esqueleto do maior dinossauro brasileiro, reconstruído com peças e ossos quase todos originais e um conjunto de meteoritos.
O estrago afetou um imenso patrimônio cultural, artístico e histórico, como a primeira edição de “Os Lusíadas de 1572 e a primeira edição da gramática da língua portuguesa escrita pelo Pe. São José de Anchieta em 1595 e o primeiro jornal impresso do mundo, datado de 1601. 
Todo o prédio ficou em chamas. Rajadas de vento e material inflamável contribuíram para a destruição total do Museu. A noite do dia 2 de setembro foi de pesadelo, de luto, de perda de artefatos e obras de imensurável valor. O fogo infernal, famigerado e cruel destruiu tudo. Na rua, os bombeiros tentavam apagar o fogo, mas não haviam caixas de água. O que ajudou foi a ligação de mangueiras com as águas de uma represa.
Um pouco da História do Brasil e da Humanidade se foi. Muito triste. Infelizmente os governantes não estão preocupados em guardar a memória da Nação Brasileira. Aliás, será que sabem o que é uma nação culturalmente preparada e apaixonada pela arte, pela poesia, pelo teatro, pela música e assim preparar grandes compositores, artistas, músicos e poetas?
Só Deus sabe e só Ele pode desvendar o que rola por baixo dos panos, nas sombras misteriosas e secretas de certas administrações públicas, que pouco fazem para melhorar a educação e a cultura, desviando o dinheiro para outros fins.
A tragédia do Rio de Janeiro deixa o povo cheio de perguntas e dúvidas e decepcionado pelo descaso da administração pública.