Se todo mundo tem seus direitos, por que não as mães? Se fôssemos criar os direitos da mamãe, creio que eles seriam mais ou menos assim:
Toda mãe tem direito de ser amada, respeitada e honrada- Todo ser humano veio de uma mãe, que agasalhou o filho; primeiro, no seu ventre; depois, em seus braços. Essa mulher gastou horas amamentando, embalando, cuidando das fraldas, dando o remedinho nas horas certas, fazendo o chazinho de erva-doce e camomila que a mãe dela ensinou, cantando as mais lindas canções de ninar, contando as histórias mais encantadoras do mundo, levantando nas noites frias para cobrir os filhos, ajudando nas lições de casa, ouvindo reclamações, transformando o trivial num verdadeiro banquete, consertando roupas, verificando unhas, cabelos e dentes, ouvindo com paciência, repreendendo com amor, chorando as lágrimas do incompreensível. As mães são meio sobrenaturais, mas também são humanas. Elas sentem falta do carinho, do abraço gostoso, da mão na cabeça, do cafuné despretensioso, do bilhetinho apaixonado, da declaração tão óbvia: "Mãe, eu te amo!" Elas gostam de ser carregadas no colo, acariciadas, paparicadas. Os filhos esquecem que elas são mulheres - tão fortes, tão frágeis.
Toda mãe tem direito de descansar um pouco - Acho que os filhos pensam que as mães não se cansam nunca, estão sempre a postos, venha o que vier. Mas essa mulher tão especial tem seus prazeres pessoais. Pode ser ouvir música, assistir a um bom filme, escrever seus poemas, fazer trabalhos manuais, desenhar, passear, bater papo com as amigas, assistir à novela preferida, praticar seu esporte, malhar, etc... Elas precisam de lazer. Quantas mães não conseguem respirar, porque os filhos não podem vê-las sequer sentadas que já tratam de requisitar atenção e cuidados.
Toda mãe tem direito de dividir as tarefas de casa com o marido e os filhos. Quem disse que os afazeres domésticos pertencem só à mamãe? Cada um faz a sua parte. É muito gostoso quando a família se conscientiza disso, e todos passam a colaborar. No domingo, o papai arruma a louça, o filho mais velho enxuga, a irmãzinha varre o chão, o menorzinho arruma a sua cama e coloca seus brinquedos no lugar e, assim, todos deixam a mamãe mais feliz e valorizada.
Toda mãe tem direito de ser mulher. Por que sempre as mães têm que renunciar, deixando de comprar o vestido fashion que elas viram na loja, os cremes que elas gostam de usar no cabelo, o sapato que elas adoraram, a joia que elas sonham há tanto tempo? Sei que as mães costumam deixar de pensar nelas para favorecer os filhos. Mas, de vez em quando, é bom transgredir essa regra, sem culpa.
Toda mãe tem direito de ficar emburrada, de cara feia, de vez em quando - Ela ficam chateadas por pouco tempo, é claro! O coração delas é cheio de perdão. Só que os filhos não compreendem isso. Acham que as mães têm que aceitar tudo, dizer sempre "sim" com um lindo sorriso no rosto.
Toda mãe tem direito de ser uma mulher com objetivos - Ela pode trabalhar fora, ou só em casa, não importa; toda mãe tem sonhos, coisas na vida que ela ainda quer alcançar. A família pode contribuir no sentido de fazer o que for possível para que esses sonhos se realizem.
Toda mãe tem direito de receber os melhores cuidados dos filhos, quando fica velhinha. Eles devem visitá-la, ouvi-la, conversar com ela, embalar o seu sono, dar comidinha e remedinho na boca... Tal como ela sempre fez com eles!