Exato! O suzanense Roberto T. Watanabe mesmo vivendo com uma perna mecânica estava cheio de vida. Acabou falecendo há uma semana devido a mais um AVC, que acabou lhe tirando a vida.
Começou a usar a cadeira de rodas após a primeiro AVC, acontecido há seis anos e teve a perna amputada por causa do diabetes. Doenças com as quais a humanidade esbarra a toda hora.
Doenças comuns que causam tristeza, depressão e medo. Porém, para Roberto não foi assim. Começou a sair com a cadeira de rodas não motorizada.
Andava pelas ruas empurrando as rodas com as mãos, para seguir adiante e conversar com as pessoas que encontrava ou que ligavam para ele.
Conheci o Roberto, quando ele se uniu ao grupo que eu estava levando para a Itália em 2.010. Convidou seu amigo, o sr. Antônio, para viajar com ele. Fiquei muito feliz por ter os dois amigos na peregrinação. Eram feitos como se fosse do mesmo tecido, aqui e acolá os dois estavam sempre juntos.
Roberto era mais do que um funcionário da Prefeitura, era um verdadeiro cidadão, que ao se tornar portador de necessidades especiais exerceu a sua cidadania, não como um derrotado, mas como um vencedor.
Passou a usar a cadeira de rodas com motor e logo em seguida a perna mecânica. Encontrou um jeito para lidar com todas as dificuldades, com humor, criatividade e serenidade.
O embate que teve com seu estado físico pode nos ensinar, que apesar da enfermidade, sempre podemos dar um sentido pleno à vida. Roberto vivia com uma alma santificada por uma fé extraordinária, a Igreja era a sua segunda casa. Ao chegar o momento de comungar o Corpo e Sangue de Cristo na Igreja de São Sebastião, acionava o motor da cadeira de rodas e se colocava na fila dos fiéis. Hoje vive humilde e glorioso no espaço celeste, cantando e louvando ao Senhor com hinos celestiais. A sua morte abriu um vazio na família e na Igreja.
O retorno a Deus, esse retorno que vem numa hora desconhecida, traz consigo o mistério da vida após a morte. Mistério contido não no imaginário das pessoas ou numa crença sem fundamento bíblico, feita de mitos e rituais religiosos, mas fundamentada no próprio Cristo, que declarou com todas as letras: “Eu sou a ressurreição e a vida”.
O corpo de Roberto repousa no cheiro da grama do cemitério da Colina dos Ipês. Por toda vida nós queremos um milagre e o milagre que nós não vemos estará muito perto de nós, quando abandonarmos o corpo material e nos revestirmos de um corpo novo e glorioso, porque viemos de Deus e a Deus voltaremos. Viver para sempre é viver para Deus.