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Jornal Diário de Suzano - 17/04/2024
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Coluna

Zumbi dos Palmares é homenageado no Dia da Consciência Negra

22 novembro 2018 - 22h59
Morto em 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares é o herói da resistência negra no Brasil, grande líder e guerreiro que sonhou com a liberdade dos negros.
Sua vida e luta, até 1970, não tinham o mesmo destaque como nos últimos anos. A história de Zumbi adquiriu maior relevo com a celebração Dia da Consciência Negra.
O jovem herói, desde pequeno, foi criado pelo Pe. Antônio Melo e aos 15 anos deixou sua casa para morar em Palmares, famoso quilombo localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Havia muitos quilombos espalhados pelo Nordeste do Brasil. Os quilombos eram áreas habitadas pelos escravos negros fugitivos das fazendas dos senhores de engenho. Durante as invasões holandesas, eram muitos os núcleos de foragidos escondidos nas florestas.
O quilombo dos Palmares constituía uma verdadeira nação, governada pelo rei dos negros que se chamava Gonga-Zumba. Ele morava num palácio, cercado de parentes, ministros e cortesãos. Tinha sob o seu comando um verdadeiro exército. O menino que fora criado pelo padre e depois fugiu para Palmares, quis fazer parte dos soldados do rei. Tornou-se um guerreiro inteligente e corajoso. Logo recebeu, pela confiança depositada nele pelo rei, o comando militar do exército e do quilombo.
Mas como sempre acontece com os grandes guerreiros que desejam ter mais poder nas próprias mãos, também o jovem militar que adotara o nome de Zumbi, deixou-se levar pela ambição e sonhar com o trono do império dos Palmares. Aconselhado pelo rei a fazer um acordo de paz em 1678 com as autoridades coloniais e portuguesas, recusou a fazê-lo, provocou a guerra, mandou envenenar o rei Gonga-Zumba e assumiu seu lugar.
A vida dos negros continuou a progredir sob o comando de Zumbi. No quilombo havia disciplina, ordem e leis. O sonho de Zumbi era fundar no Brasil um império governado pelos negros.
As várias expedições enviadas pelo governo colonial para destruir o quilombo, foram infrutíferas. Por muitos anos os habitantes de Palmares resistiram aos ataques dos portugueses. Porém, no maior conflito contra os negros de Palmares pelo exército de mil homens comandados, diz a história, pelo bandeirante Domingo Jorge Velho, Zumbi que liderava a resistência, sucumbiu e o quilombo dos Palmares, símbolo da capital fortificada, foi destruído. Assim acabou para sempre a Nação negra dos Palmares.
Zumbi foi o portador, por muitos anos, da bandeira da luta e da história dos negros. Sabemos que o Brasil foi o último País do mundo a abolir oficialmente a escravidão. Por isso não é da estranhar as consequências que os afro-brasileiros ainda hoje sofrem, pelo peso dos preconceitos, pelas discriminações que ainda permanecem, pelo racismo disfarçado e pela desigualdade social. Tudo isso desaparecerá se for levado adiante um projeto de maior justiça social. Daí a melhor maneira de comemorar o Dia da Consciência Negra e honrar a memória de Zumbi é levar adiante as causas pelas quais ele lutou, dando a sua vida. Há heróis na história do Brasil que pagaram alto preço por querer uma pátria livre e justa e por querer um mundo onde todas as pessoas fossem consideradas de nobre raça humana.