Estava lá pensando no meu mundico e fiquei me interrogando sobre o tema da minha crônica. Aí até vem a dúvida, descrevo a viagem alegre pela minha sala ou pelo meu quarto? Não! Já tá cheio de gente que foca o pior, triste, frustrada. Não! Vamos lembrar de coisa diferente disso.
Bom, defendo a redução de impostos. E melhoria da gestão dos custos públicos. Agora vemos trazerem umas tabelas ampliadas para o consumidor. Quem ganha menos paga porcentagens maiores, sabemos bem. Claro, com redução para os mais ricos, bancos e outros assim. Ih, agora que todo mundo compra pela internet vamos pagar tudo com taxas maiores? O que é isso, gente?!
E Educação? Está certo, aprovaram a primeira parte, na Câmara. Mas o Senado ainda tem de ver. E vai poder mudar... Enfim, fiquei pensando naquela garotada que fica sonhando em ser estudante universitário e a pandemia vai embromando. Estava vendo uma pesquisa dizer que 42% dos matriculados não sabem se poderão continuar seus estudos nos próximos meses. Correm o risco de ter de desistir dos estudos. 70% pagaram as mensalidades até Maio, o que já representa uma maioria. Mas 14% não conseguiram pagar, o que também é um número forte.
E se o estudante parar em que situação fica? Sabemos que a Itália, como vários estados americanos legislaram impedindo que alunos sejam reprovados em 2020. Aqui as escolas particulares estão negociando o possível. Mas as escolas públicas podem perder muitos alunos. A reprovação leva mesmo direto à evasão. E se isso já é um dado terrível na realidade nacional, pode ficar ainda muito pior.
Insisto, para sairmos da pandemia teremos de investir muito forte na Educação, especialmente na profissionalizante. Sem isso, a queda na Saúde e na Economia poderá ser ainda pior do que já podemos vislumbrar em futuro próximo. E mesmo que tenhamos um certo diferencial na exportação do agronegócio, ainda não saímos plenamente da recessão em que estávamos antes da pandemia. E, assim, sem escolaridade, ampliaremos em demasia a miserabilidade nacional. A corrida atrás do auxilio emergencial, de R$600,00, revelou ser necessária a 65 milhões de pessoas. Então, pense no número de seus dependentes! Isso dentro de toda a nossa população num total de 210 milhões!
Ah, as escolas de São Paulo vão reabrir em 8 de Setembro? Tem risco? Tem vacina? Quais escolas tem equipamento e pessoal preparado? Onde? Quem decidiu? Aqueles que cancelaram as festas de fim de ano e de carnaval? E isso beneficia quem? Quem vai se responsabilizar por isso? Se um professor ficar doente e falecer? Se uma criança falecer? A culpa será de quem? Da escola particular? Da escola pública? Do Prefeito? Do Governador? Do Pai? Qual a penalidade? Indenização? Prisão? Sabe com quem tá falando?
Por que não investir em material e na formação de professores em ensino a distância e em suas condições de vida? Por que não investir em condições e equipamentos para as crianças e suas famílias? Além de sua alimentação, com certeza.
Ou talvez eu viva mesmo em outro mundico.