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Jornal Diário de Suzano - 20/04/2024
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Coluna

Comunicação

21 agosto 2020 - 23h59
Temos de pensar em nos encontrar. Mesmo que não seja plenamente presencial, os encontros têm de ocorrer entre as pessoas. Seja em casa, ainda mais especialmente, com a família, como entre os amigos, os profissionais, e outras tantas relações que mantemos e queremos ou devemos preservar. E a coisa vai além.
Fiquei pensando no processo em que se faz a comunicação, que é uma relação entre os seres. Se a gente ficar lá na exclusividade da comunicação por palavras seremos muito restritos. A comunicação se faz por mais variadas maneiras. Usamos gestos, sons, movimentos faciais, uau! Tem muito jeito de repassarmos algo a outro. 
Perdemos a Mel, uma dachshund marronzinha clara, aos 14 anos. Sempre nos foi importante. Tinha destaque. Vazio. De repente nos propuseram uma tomba-lata branquinha e meio peludinha. Sabe-se lá o que nos aproxima. Vimos e nos ligamos. Pula muito. É a Pipoca. Adotada, chegou antes dos três meses, com 2,5 kg. Agora já está um bebê com cinco meses e 10 kg. Está vacinada e começou a passear. Ela é muito infantil e gosta de exigir, quer brincar. É coisa da idade e do seu jeito, claro. As crianças vão testando. Nós é que temos de ir educando, passando a nossa maneira de viver. Leva seu tempo. 
Aí pensei, como dizia, na comunicação. Comecei a estudar isso, Linguística, faz uns 50 anos. Aí víamos o processo se dar. Tinha o tal "emissor", aquele que dizia algo, que chamamos de "mensagem". Quem recebe a recebe é o tal de "receptor". E o que se espera é que o receptor nos dê um sinal qualquer de retorno. Mas que não será só por palavras. Temos tantas maneiras de dizer algo muito além da forma verbal. 
E por aí surgiram novas áreas, como a Semiótica, pois a gente usa gestos e tantos outros sinais para nos relacionarmos com os demais. Assim é com a Pipoca. Assim é com netos, filhos, amigos, vizinhos e por aí vamos. Você está entendendo o pedido de seu filho? Entendeu a sua própria necessidade? Quer dizer, você se sente ligado no mundo? E você está ligando para conversar com seus amigos, seus parentes? Ou só liga para delivery? 
E como está a comunicação com os demais de sua casa? Não estão criando nenhum estresse? Ninguém se mostra irritado? Claro que sabemos que é difícil ficar "amontoado" - para usar uma expressão que me disseram dia desses. É um momento tão especial este que vivemos agora em isolamento. E muitas pessoas se recusam a aceitá-lo, como se pudesse recusar também. É imposição, sim! Higiênica, coisa de necessidade sanitária, de saúde. Difícil de entender? Sabemos. 
Então o melhor é mesmo completar a comunicação, isto é: ouvir o que o outro tem a dizer, e dar uma resposta. Trocar manifestações com os demais não é exagero, é necessidade entre pessoas, entre seres. É relacionamento. Será que ele precisa de algo, que posso dar? 
Como seres humanos, precisamos, não só dizer a nossa parte, mas ouvir a reação do outro. É isso que nos expressa. Intercâmbio, troca. E pode nos salvar. Distancia física não impede as relações, ainda que com seus limites. Comunicação é humanidade