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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

Gosto Mesmo de Jazz, Gente!

12 junho 2020 - 23h59
Verdade, gosto mesmo de Jazz. E, do que gostamos, costumamos falar mais um tanto. Sempre que posso alargo a mais gente o prazer que me proporciona essa expressão musical. Não exagere. Não extrapole suas paixões por sobre os outros. Reparta, já é bastante.
Muitos dos meus amigos sabem que curto isso faz muito tempo. Comecei a saber algo do Jazz ainda no final dos anos de 1950, depois do Curso de Admissão, para entrar no Curso Ginasial, hoje algo como o Fundamental II. Morava em Icaraí, Niterói (tive a felicidade de viver só em lugar encantador!). Estava amando o tal de Rock and Roll. E foi aparecendo a Bossa Nova já me chamando.
Se der uma lidinha vai ver que a nossa Bossa Nova está vinculada ao Jazz. Seus criadores o amavam, mas também conheciam muito de música clássica. Bossa Nova nunca foi miúda. E você verá gente importante do mundo cantando em português, de Ella Fitzgerald a Jane Monheit. O tempo voa, ninguém se lembra mais, porém a passagem da Bossa Nova foi a maior época de sucesso do Brasil, lá fora. Aliás, estamos precisando (merecendo?...) um retorno desses. 
Depois, entrando na adolescência, já morando em São Paulo, talvez Elvis Presley tenha me roubado um pouco para o Rock. E, a seguir, em Santos, o mundo não para, dos meus 14 a 16 anos, pelo começo dos anos de 1960, um amigo do meu pai, me dava aulas de inglês. Desenvolvi bem. Conversávamos muito. E ele começou a me mostrar seus discos de Jazz. Passei a gostar muito daquelas melodias "diferentes", de "improvisos". Foi tudo entrado, tornando-se coisa minha. Ele me explicava também a Bossa Nova. E que bem antes dela, lá pelo início dos anos de 1950, teve o retorno de Dick Farney, que se havia lançado em Nova York, com seu piano jazzista e seu canto controlado. Antes do Samba-Canção, ele já oferecia a base do Jazz para o que viria ficar entre nós, com a Bossa e tudo o mais. E foi cheg ando, ge nte, o Jazz!
Meu pai se reformou e fomos para Caxias do Sul. Lá descobri também o Vinho! Herói até hoje. E sempre! E o pai de um amigo tinha coleção de Jazz. Como eu sabia alguma coisa ele sempre me chamava para ouvir com ele. E se aprende mais.
Depois, em Porto Alegre, em vez de copiar e ler poesia passei a querer escrever. Formal, ainda. Publiquei meu primeiro poema, um soneto, já faz uma distância de quase sessenta anos. Poesia, Jazz e Bossa Nova me envolviam. 
Voltando a São Paulo, circulava. Conheci e amei o Zimbo Trio. Ia a pé de Pinheiros, onde morávamos, ao Clube de Jazz, nos Jardins. O Trio se apresentava ali, só para amigos, além de outros grupos. Era demais. Sem custos. Adorava!
Apareceu a MPB. Uma garotada nova. E uns grupos americanos, italianos e outros.
Na Europa, me apaixonei ao conhecer mais da música francesa. E, pela minha Namorada, com um piano em casa, foi entrando em mim, forte, a Música Clássica. E foi dando para perceber que a turma do Jazz conhecia os Clássicos.
Em Suzano, fui alargando minha coleção de livros e de CDs. O Jazz um domínio, claro.
Você faz a sua vida. Construindo. Sem pressa. Com amor. 
Demora isso de aprender. Mas aí se ama!