Fiquei pensando em livros, especialmente os impressos, que mais amo, mesmo com as ameaças de impostos sobre eles, como andam falando agora. As leituras são imprescindíveis. Para todos os cidadãos. É base para fundamentação do raciocínio, para a preparação dos projetos, das propostas, para alcançarmos melhores compreensões do mundo.
Permitam-me, no entanto, o livro no Brasil é muito caro. As edições são bem curtinhas. Dificilmente ultrapassam os mil exemplares. Quanto menor a tiragem, maior o custo individual do exemplar. O papel é coisa muito cara e a impressão não se faz facilmente.
Quando lancei o livro "Retratos de Suzano", em 1994, o primeiro livro de História da nossa Cidade, fui presenteado com o sucesso, vendemos mais de 400 exemplares na noite de lançamento. Número imenso para qualquer lugar no País. Ficou claro, Suzano precisava de sua base histórica. Mas em 26 anos muita coisa aconteceu. Tínhamos livrarias na Cidade, hoje só uma revistaria vende alguns livros. Estão nos faltando muito mais, mesmo com as vendas pela internet.
Será que, temos consciência também de que em nosso País, poucos podem comprar livros.
Isso faz o livro se tornar coisa muito difícil de chegar perto. Quem tem salário pequeno, como a absoluta enorme maioria da nossa população, nem se aproxima.
Destaque-se entre os de "baixa renda", os nossos Professores. E não estou me referindo destacadamente ao caso do Nordeste brasileiro, uma região ainda pouco assistida. Com salários miseráveis, mesmo em São Paulo, o estado mais rico da Nação, nossos Professores têm de receber abono anual para atingir o limite mínimo do salário de Magistério Nacional, como impõe o FUNDEB. Nós, paulistas, estamos abaixo do limite. E até o momento não se vislumbra nada na atual administração. Então, como exigir que os Professores leiam, preparem aulas de qualidade, repassem aos alunos? Isso sem falar que faz já seus 10 anos que não recebem reajuste salarial, como impõe a Lei? E agora ficaram proibidos de receber mesmo abono até o final de 2021. E ntão, livro se torna algo complicado neste processo.
Ainda assim, relembro, já disse muitas vezes que esta pandemia que nos atinge agora não vai nos perdoar amanhã.
Vários sinais nos indicam que se estamos sendo, seremos um tanto mais ainda castigados. Na minha visão, o investimento agora, e logo mais adiante tem de ser em Educação. Não estou falando agora de aulas presenciais, nem temos condições materiais de oferecer qualquer segurança a ninguém nas escolas. Mas não estou vendo qualquer planejamento para aplicação em Educação à frente. Os professores deveriam (precisam) receber formação, mesmo a distância, e equipamentos para atender seus alunos. E os alunos tem de receber condições, com equipamentos e formação para seu uso. Nossa Educação j&aac ute; &ea cute; de exclusão. Sem investimento a pandemia vai passar e nós continuaremos piores.
Temos muito ainda a percorrer para chegarmos aos livros, a seu entendimento.