sexta 19 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Mais um Solstício a Viver

18 dezembro 2021 - 05h00

Verão, vai esquentar muito, como todos os anos. As chuvas serão intensas, como sempre. Nem lembraremos de que há poucos dias o Sol estava a pino sobre o Trópico de Capricórnio, que passa aqui do lado da nossa Vila. Solstício, por que ainda celebrá-lo?
Estaremos sendo demasiado primitivos ao nos ligarmos às expressões da Natureza? Quando pensamos no Natal estamos ligados à Natureza? Será que não nos ligamos a mais um ciclo? Ainda que com a sensação de reinício, mais um passo no processo da Vida? Um Renascer? Por que não entendermos os ciclos? Eles explicam!
Há uns anos escrevi sobre Solstício. Amigos pediram que retomasse. Vamos refletir.
Se pensarmos no plano da órbita da Terra ao redor do Sol, que os astrônomos chamam de eclíptica, estando o nosso Planeta inclinado em relação ao Astro-Rei, teremos, no Hemisfério Norte, o Solstício de Verão a 21 de junho, quando ocorre o dia mais longo do ano, e a 21 de dezembro, o Solstício de Inverno, com o dia mais curto do ano. O inverso se dá no Hemisfério Sul, aqui na nossa terrinha. E isso, que já se sabe desde a Antiguidade, afetava as plantações, portanto, sempre afeta a vida das pessoas, sendo boa ou ruim. Há você não acredita em Astrologia? Mas acredita em Astronomia? Pois é, o mundo anda.
E o Cristianismo também não se afasta disso. Destaco os dois solstícios que acontecem a quatro dias das suas datas básicas, a Festa da Natividade (25 de dezembro), a Festa de São João Batista (24 de junho) e, só para lembrar, a Festa de São João Evangelista, a 27 de dezembro. Pois os astrônomos explicam pelos equinócios, da Primavera e também do Outono (quando o Sol passa pelo Equador, e as noites são iguais aos dias), e os cálculos matemáticos demonstram hoje que essas comemorações coincidem há 7.000 anos.
Coisa da Europa? Do Oriente Médio? Interessante observar que os portugueses quando chegaram ao Brasil aqui já encontraram comemorações nas mesmas épocas feitas pelos indígenas, que foram retomadas, a sua maneira, pelos jesuítas. Na Europa as fogueiras nas festas juninas são ponto comum da Finlândia a Portugal. Somos os mesmos, gente.
A Bíblia não diz quando Jesus nasceu, só dá indícios de que teria sido em época de calor. Para os cristãos primitivos teria sido em julho, sob o signo de Câncer. Duas teorias justificam a mudança do calendário, uma vê razão nas festas ao deus Baco, em dezembro, quando os romanos deixavam os antigos cristãos em paz. Outra, diz vir do culto ao deus Mitra, de origem persa, adotado por Roma, cujos adoradores se reuniam na noite de 24 para 25 de dezembro, em agradecimento ao Sol. Data depois confirmada pelo calendário gregoriano.
Pouco importa a data, importa a razão, o respeito aos princípios de Jesus de amor ao próximo. Importa muito nos juntarmos em favor do Bem. Temos o que comemorar, estamos aqui. Que venha o solstício, é Verão. Que o calor aqueça os nossos corações. Que saibamos repartir o pão e o vinho com tolerância e generosidade. O renascer todos verão.