sexta 19 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Minha Cidade de Santos de Antigamente

31 janeiro 2020 - 23h59
Gosto muito de estar à beira-mar. Sempre que posso vou ao nosso litoral paulista. E passar por Santos é sempre um prazer.
Morei em Santos na época dos meus 14 a 16 anos, pelo começo dos anos de 1960. Meu pai, militar, chefiava o Setor de Intendência do Exército em Santos nessa ocasião. Depois disso ele pediu Reforma, a aposentadoria dos militares.
Em Santos, estudei no Colégio Canadá, um destaque altamente positivo na Educação daqueles tempos. E, claro, toquei na Fanfarra do Canadá. Como era um tanto alto para os tempos da minha geração, fui aceito para tocar bumbo. Chamávamos de Bumbo Vedete, aqueles em que se toca dos dois lados, e também porque íamos na frente de toda a banda. Esse bumbo exigia um treino todo especial, pois girávamos os batuques até pelas costas. E quem nos treinava eram ex-Fuzileiros Navais, instrumentistas da Banda desses militares. Éramos um destaque até nacional. Viajávamos por muitas cidades para exibições e para competições. A TV Record, na época, tinha uma competição de fanfarras que atraia muita gente ao Viaduto do Chá para os desfiles. Adorávamos.
Lembro também dos desfiles do Corso no Carnaval. Era um desfile de carros, carros novos, de então, e também carros antigos, especialmente conversíveis. O desfile seguia pela Avenida da Praia, parando de tempos em tempos. O pessoal, todo fantasiado, saía dos carros e dançava entre um e outro. Muita gente ia assistir, tinha um muito bom público nas calçadas. A garotada de hoje nem pode imaginar como era. Bem divertido! E tinha muita música inventada também por gente dos grupos, algumas bem irônicas, provocativas. 
Morávamos no Boqueirão. Mas andávamos por toda a praia a pé. Tinha muitas festas, noites de discos, com músicas nas vitrolas, nos prédios. E circulávamos em boas caminhadas do José Menino à Ponta da Praia, e depois na volta de onde tivéssemos ido.
Tínhamos bons amigos. Será que algum, por aí, ainda lembra?
Bem mais tarde, já na Faculdade, no final daquela mesma década, juntávamos um grupo, quando era possível, e descíamos à noite para o litoral. O caminho era a Estrada Velha, claro, com sua imensidão de curvas fechadas. Parávamos o carro na beira da praia, no geral pelo Gonzaga. Depois comíamos uma pizza. 
Por vezes íamos até a Enseada, no Guarujá, que era só areia, muito raras construções. Parávamos no início, junto ao que chamam hoje de Morro do Maluf. Ali havia uma aldeia de pescadores. Eles voltavam do mar pela madrugada. E cozinhavam um peixe. Comíamos e depois voltávamos para São Paulo.
No final do ano de 1971, quando tive de deixar o Brasil, a saída foi por mar, de Santos. Sem saber quando, nem se voltaria, aquela partida oferecia uma outra ligação com a Cidade. Mais um vínculo, ainda que na ocasião fosse um desligamento. 
Na nossa volta ao País, desde os anos de 1980, Santos era uma ligação necessária.
A Cidade cresceu muito. Uma Metrópole agora. E, coisa rara em nosso País, os seus Prefeitos, não importa o partido, atentam para a melhoria da qualidade aos cidadãos. 
Parabéns, querida Santos! 474 anos! Tenha muito mais anos de sucesso! Que o Grande Arquiteto Do Universo, que é Deus, a mantenha protegida!