Não me refiro somente ao tempo que passa por nós, nos penetra e nos envelhece. Destaco também o tempo que nos vem cheio de climas diversos. Tive a possibilidade de enfrentar tempos estranhos. Temperaturas muito altas, temperaturas muito baixas. E sei o quanto essas oscilações nos afetam. O que passamos hoje não é só coisa desta época do ano. Ah, a Primavera está chegando com todo o seu desequilíbrio!
Não é bem assim. Tem muito mais por trás. Com tudo o que sabemos de Astronomia e Astrologia vamos fingir que o Planeta Terra é plano? Podemos aprender, mas meu medo é que aprender demore muito. Quanto tempo vamos fingir não saber que coisas que aconteçam agora na China venham a influenciar o nosso jeito brasileiro? Especialmente na questão poluição. Nem estou falando só de comércio de carnes e de soja...
A sujeira que deixamos pelos oceanos do mundo nos afetam aqui em cima, no alto da Serra do Mar. Temos em nosso País uma imensa área territorial de florestas, como ainda temos grande área de cerrado. Mas deixamos bem uns poucos ganharem fortunas derrubando essas vegetações sem atender as necessidades da maioria das pessoas. Nem nos interrogamos sobre os efeitos posteriores disso tudo. E continuamos fingindo ignorar que isso nos afeta, a nós que “vivemos longe” dessas destruições.
E perto de nós? Nas cidades as pessoas, sem ter onde morar, também ocupam áreas. E vamos vendo as “ocupações” se alargarem, sem preocupação com planejamento local. E quais são os planos para essas pessoas sobreviverem? Ah, não existem esses planos? Por que as pessoas não foram atendidas em suas necessidades lá onde viviam?
E nas cidades grandes os mais jovens recusam carros. E nas cidades menores, por que aumentou tanto o uso de carros? Todos extremamente poluentes? E a poluição dos caminhões? E a poluição das fábricas? E a ocupação dos espaços com o lixo descartado? Por que as ditas “autoridades” só se ocupam em acabar com o serviço público?
Será que colocar as pessoas para caminharem mais é possível? Onde? As calçadas tem um padrão comum? Por que tudo não é cimentado de modo áspero para não permitir escorregões, feito pela Prefeitura e cobrado dos proprietários (até para a gente saber a quem reclamar)? E quantas árvores são plantadas por mês em nossas cidades? Que tipo de árvore? Quais as melhores para nosso clima de hoje e amanhã? E o que ensinamos de sustentabilidade para as nossas pessoas, adultos e crianças? Existe esse ensino? E essas informações penetram neles, e avaliamos? Ou é só para constar que temos “projeto de cidadania”?
O mundo todo está sendo destruído? Ou nem vemos isso ao nosso lado, em nossas cidades? Será que podemos fazer mais e melhor?
Tenho esperança, sim! Mas sei que não devemos deixar as decisões do presente que afetam nosso futuro apenas para as “autoridades”. Será que estão nos representando? Será que nossos filhos, nossos netos vão sobreviver? O tempo adiante está sendo montado agora.
Pensemos nisso? O tempo passa. Atuemos!