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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Os Olhos das Nossas Mães

08 maio 2020 - 23h59
Muitos de nós ainda comemoramos o Dia das Mães mesmo distante delas. Mesmo que ela não esteja materialmente junto a nós. As lembranças boas nos são suficientes.
Perder a mãe é difícil como sentimento. É duro, sim. Porém, quando pensamos nas doces lembranças que elas nos deixaram, tudo aparece como tão agradável, que a dor fica secundarizada. Em primeiro lugar nos vem a satisfação do que já curtimos.
Lembro que certa vez fui convidado a falar numa solenidade sobre as mães. E não poderia deixar de homenagear as mulheres, de um modo geral. Sempre tive a mulher em posição de respeito. Lembro mesmo é que as mulheres contribuem muito mais firmemente para o equilíbrio de uma sociedade. São elas que dão a base para a estrutura da constituição familiar. São as mulheres que estabelecem o modelo de uma sociedade. Ainda que uns tantos não creiam nisso.
As mulheres deixam de ser forte? Jamais. São elas que estabelecem a constituição de uma sociedade que pretenda se tornar melhor. Se deixamos de (não usarei a expressão “valorizar”) reconhecer o valor das mulheres, corremos o risco de perdermos a estabilidade de qualquer sociedade. E esse não é um enfoque antigo, é uma apreciação necessária. A mulher que se reconhece forte, digna, sabe de seu poderio, de seu alcance. A mulher que participa do “bondinho” não passa a ser igual ao “homem”, mas, simplesmente, se submete à violência de tornar-se objeto, tornar-se coisa irrelevante.
Admiro muito as mulheres sensíveis. Não as considero frágeis. Elas conseguem se expor com reconhecido destaque, muitas vezes, até sem que o homem se dê conta completamente desse fato. Numa relação matrimonial não há, não deve haver, superioridade. As funções, as atribuições podem ser diversas, mas não submissas e dominantes. Quem assim faz não entendeu nada. Tenha cuidado!
As mães não nos lançam no mundo. Elas permanecem para sempre ao nosso lado. Presentes nem que seja em simples lembrança forte e firme. Sempre com a força de um acompanhante que sabe de suas responsabilidades. Não somos abandonados, somos assumidos.
Como tento dizer em meu poema: “Os Olhos”:
“os olhos de minha mãe sempre/ indicavam caminhos nas noites dos seus olhos/ brilhavam luas incandescentes/ de prata ficavam os mares/ nas rotas que me escolhi/ sei como sabia que não ia me perder/ nas coisas que não sabia/ teria o colo e suas mãos/ afagos e balanços/ segurança e perdão//
os olhos de minha mãe brilhavam/ o dia que um dia vai chegar/ fundos como cavernas/ protetoras do frio/ do vento ou do espinho/ chegavam lindos de cores/ como as flores da alegria/ domavam o triste/ afastavam a solidão/ rendavam de luzes ternas as ruas/ da infância eterna que me guia”
Tenho doces lembranças de minha mãe. Sei, sinto que ela me acompanha no meu percurso. Estou no caminho. Tive dos meus pais a base ética na formação de minha conduta. E da minha mãe, fortemente, recebi a sensibilização e a postura de esperança na luta por meus sonhos.
Mãe é assim, fica ali, do lado da gente, quietinha, quentinha. É doce.
E você?