Quando terminarmos a nossa "corrida" aqui, o que deixaremos? O que levaremos para a eternidade? Nesses últimos meses, praticamente, todos os dias temos notícias de alguém conhecido que faleceu, em virtude do Coronavírus. E, assim, o nosso interior sofre e chora por essas perdas. Cada um que parte representa a nossa própria partida. E se você soubesse que em breve morreria? O que você diria, ou deixaria escrito, para as pessoas que ama? De que forma as pessoas se lembrariam de você? Seria lembrado (a) como uma pessoa amorosa, prestativa, preocupada com o bem do próximo? Ou como alguém egoísta, oportunista e desleal? Nessa semana, faleceu uma pessoa muito conhecida e querida em nossa cidade, a professora Bianca Nunes. Em seu velório e nas redes sociais, os que a conheciam falaram sobre a amorosidade, o acolhimento, o engajamento dela com os direitos humanos, com a Educação e as questões ambientais. Certamente, ela deixou a sua marca e o seu legado! Quando o apóstolo Paulo escreveu a segunda carta a Timóteo, seu amado filho na fé, ele estava preso em Roma e tinha certeza de que morreria logo. O apóstolo esperava que Timóteo fosse vê-lo, mas não tinha certeza de que ele chegaria a tempo. Os dois tinham vivido muitas experiências espirituais juntos. Paulo era o protetor e o mentor espiritual de Timóteo. Juntos, viajaram para espalhar as boas-novas de Cristo e foram presos. Paulo amava a Timóteo como a um filho. Ele havia deixado esse jovem pastor em uma difícil posição de liderança na igreja de Éfeso. Paulo preocupava-se com Timóteo. Essa segunda carta a Timóteo é uma revelação do que havia no coração de Paulo. Uma carta cheia de expressões de afeto, encorajamento, conselhos, lembranças, instruções, notícias, desabafo e uma firme declaração de fé: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". (II Timóteo 4:7)
Vivemos em busca de tantas coisas, que não nos satisfazem plenamente. Muitos terminam seus dias com um forte sentimento de frustração, solidão e vazio. Sentem-se como se tivessem corrido atrás do vento. Mas isso não aconteceu com o apóstolo Paulo. No final da vida, ele podia declarar que havia atingido o grande alvo para o qual vivera. Paulo tinha satisfação no fim de seus dias, ainda que preso, distante daqueles a quem amava. Ele foi vitorioso no campo dos desafios, dos conflitos. Entendia as suas lutas não como um castigo, mas sim como uma "guerra espiritual". Por isso em II Timóteo 2:3, ele diz: "Sofre comigo as aflições como um bom soldado de Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra". Paulo sofria privações, prisões, oposições, mas a Palavra de Deus continuava sendo pregada. O meu sofrimento é a minha batalha. Batalhas exigem posicionamento, estratégias, perseverança.
Paulo encontrou o seu propósito de vida. Ele sabia que tinha sido escolhido por Deus para ser o disseminador da Palavra aos gentios. Essa missão ele cumpriu fielmente até o fim. Assim, ele pôde dizer a Timóteo que o sucesso dele estava em seguir o caminho de sua vocação. O sucesso de nossas vidas está em fazer a vontade de Deus, cumprindo o nosso chamado, o nosso propósito de vida. Enquanto resistirmos à vontade de Deus, não conseguiremos viver com satisfação. Por fim, Paulo faz a declaração de que guardou a sua fé, o seu bom tesouro, que ele levaria para a eternidade. Nada de riquezas, posições sociais; mas a fé. A corrida que vale a pena é a aprovação de Deus no cumprimento do propósito que Ele deu para cada um de nós!