Na jornada da vida cada um de nós tem um episódio pessoal que precisa perdoar. A maioria das pessoas, em uma ou outra ocasião, foi maltratada por alguém. Quando isso acontece, ficamos tristes e decepcionados, lembrando da manipulação, do tratamento injusto, da traição, da rejeição. É terrível sentir-se, de alguma forma, rejeitado. Quem já passou por isso pode-se lembrar do sentimento de abandono, gerado pela rejeição. É mais triste ainda, quando somos vítimas do mal deliberado - alguém nos magoou intencionalmente. Alguém premeditou nos magoar. Não foi sem querer. Isso aconteceu com José do Egito. Rejeitado, vendido como escravo pelos irmãos, José, muitos anos depois, encontra-se numa situação privilegiada. Poderia vingar-se, mas decide perdoar àqueles que lhe causaram tanto sofrimento: - "Vocês, na verdade, intentaram o mal contra mim; porém, Deus o tornou em bem, para fazer aquilo que vocês estão vendo agora - conservar a vida de muita gente, inclusive a de vocês". (Gênesis 50:18-20) A motivação dos irmãos de José foi mesquinha - e ele deixou isso claro; todavia, pôde reconhecer a ação de Deus naquilo que padeceu. Tudo acabou concorrendo para o bem deles, cumprindo um propósito divino. "Vamos falar sobre essas coisas", foi a fala de José. Se tivéssemos passado pelo que ele passou, teríamos essa fala?!
A grandeza é revelada em nossas atitudes. José dá o exemplo. Ele soube perdoar e foi misericordioso. Existem muitas possibilidades de nosso coração ficar "endurecido" e fechado para perdoar. O nosso coração pode não querer perdoar a pessoa com a qual convivemos, ou a um filho que nos decepcionou, ou ao pai que nos abandonou, negligenciando os cuidados que merecíamos; enfim, há muitos acontecimentos nesse mundo, que nos podem levar à revolta, tornando-nos insensíveis e vingativos, se olharmos os fatos simplesmente pela perspectiva humana. É preciso Deus para " amolecer" e endireitar o coração. O padrão do cristão é diferente. O mundo diz - "bateu, levou". Mas Jesus nos ensinou a "andar a segunda milha", a orar pelos inimigos, a perdoar assim como Deus nos perdoa todos os dias. Quando nos dispomos a obedecer à Palavra de Deus, tomamos a decisão de perdoar. Perdoar é um imperativo da graça. Perdoar é tirar um peso das costas e do coração. Tomando a atitude certa, olhamos a vida sob a perspectiva divina. Só Deus é o juiz perfeito que retribui perfeitamente a cada um. Essa é a verdadeira beleza da vida de José. Ele era grande, principalmente, pelas suas atitudes.
E o que dizer de Jesus? Com Jesus aprendemos a essência do perdão. No Calvário, sofrendo as terríveis dores da crucificação, orou a Deus assim: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Não foram palavras de ódio ou rancor para os seus algozes, mas de amor. Se queremos ser perdoados por Deus, precisamos perdoar. Porque, se perdoarem aos homens as suas ofensas, também o Pai Celeste perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos homens as suas ofensas, tampouco o Pai perdoará as ofensas de vocês". (Mateus 6:14-15) Os mestres da lei e fariseus queriam que a mulher apanhada em adultério fosse apedrejada, conforme a lei mosaica. Assim é a justiça humana! E provocaram Jesus: "O que é que o Senhor nos diz sobre isso?" "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher". Ouvindo isso foram se retirando um a um". (João 8:1-11) Para a mulher ele disse - "Vá e não peque mais". O perdão nos conduz para uma mudança de vida!