Existe no mundo uma onda crescente de pensamento que considera a maternidade um peso. "Vamos acabar com essa idealização da maternidade", é o que dizem. A maternidade tem os seus desafios, que não são pequenos, é verdade, mas é bênção de Deus. Quando Deus, o Criador, concede o privilégio a uma mulher de gerar um filho, ou de maternar através da adoção, isso deve ser encarado com responsabilidade, alegria e santo temor. Não é qualquer coisa. Cada filho é herança bendita do Senhor. Embora o amor esteja esfriando no mundo, é difícil duvidar do amor de uma mãe. As mães amam, de verdade! Pelo menos a maioria delas! Elas são capazes de superar frustração de expectativas, de perdoar, de dar uma nova chance, de acreditar, quando ninguém mais acredita. Temos uma irmã adotiva. Nessa semana ouvi de minha mãe: "Eu amo todos vocês, mas o amor que sinto pela irmã de vocês é diferente, parece muito maior. Não consigo explicar".
As mães não desistem nunca. Quando ninguém mais acredita, a mãe continua acreditando. A história de Moisés, o grande líder que conduziu o povo hebreu rumo à Terra Prometida, é muito conhecida. Moisés pertencia a uma família especial. Mais especial ainda foi a mãe de Moisés, Joquebede. Havia uma sentença de morte lançada sobre os meninos hebreus, pois esses garantiriam a descendência do povo no Egito. Faraó decretou que as parteiras deveriam matar os meninos hebreus por ocasião do parto. Mas, mesmo diante dessa ordem, as parteiras temeram a Deus e não obedeceram a Faraó. Vivendo momentos de extrema tensão, Joquebede poderia ter concluído que não deveria dar à luz, uma vez que todas as portas estavam fechadas para ela. Mas ela confiou na providência do Senhor. Se Deus havia permitido que ela engravidasse, Ele daria o escape para a situação. Joquebede teve seu filho e, quando não pôde mais escondê-lo dos egípcios, visto que estava crescendo, preparou um cesto feito de junco, o qual vedou com piche e betume, colocou dentro dele o menino, deixando o cesto à margem do rio Nilo.
De longe, ficou a irmã do menino observando. Aconteceu que a filha de Faraó foi-se banhar no rio, e as suas acompanhantes viram o cesto. Ao abrir o cesto, a princesa viu que o menino chorava. Teve compaixão dele, mesmo reconhecendo que era filho dos hebreus. Agilmente, a irmã do menino apareceu, oferecendo de pronto uma solução - "Queres que eu vá chamar uma das hebreias para que te sirva de ama e te crie a criança?" (Êxodo 2.1-10) A filha de Faraó aceitou a proposta e, assim, Joquebede criou, orientou, transmitiu para o menino tudo aquilo que estava em seu coração de mãe - a fé, a confiança no Deus Altíssimo, o sonho de liberdade, o seu culto a Deus, os seus sentimentos, os valores espirituais e morais. Depois de ter recebido todo esse tesouro da mãe, Moisés foi levado à filha de Faraó, para que, a partir dali, Deus completasse o propósito na vida dele, forjando-o como o grande líder e libertador do povo hebreu. O que dizer de Maria, mãe de Jesus? Maria recebeu o convite de Deus para ser a mãe do Salvador. Ela transformou esse convite em missão. Ela pagou um preço por isso. Foi incompreendida em sua gravidez excepcional, viu a sua própria cidade rejeitar a missão de seu filho, viu o seu filho ser traído e morto. Tudo isso trouxe muito sofrimento a ela. Mas ela também foi muito abençoada. Recebeu anjos. Teve a alegria de ver o seu filho servindo fielmente a Deus. Participou da missão de seu filho. Foi amada por esse filho. Conta-se que Suzanna Wesley passava uma hora por dia orando por seus muitos filhos. Mas, além disso, ela passava uma hora com cada filho à parte, toda semana, para ensiná-lo sobre a Palavra de Deus. Dois de seus filhos, Charles e John Wesley, foram grandemente usados por Deus; o primeiro, como escritor, compositor de muitos hinos cristãos; o segundo, como o grande pregador, escritor e avivalista do século XVIII na Inglaterra, que pregou a quase um milhão de pessoas. Mulheres como essas devem nos inspirar! Como mães podemos fazer da maternidade uma grande obra para a glória de Deus!