Nesses tempos de pandemia a indagação mais frequente é - "Quando as coisas vão voltar a ser como antes?" Na verdade, nunca mais serão. Muita coisa já se modificou; e outras estão em processo de mudança. E, gostemos, ou não, é assim que as coisas funcionam. Nós, adultos, estamos sempre olhando com nostalgia para o passado. Os saudosistas querem que o presente volte a ser igual ao passado. Todavia, isso não acontecerá! O passado pode ter sido muito bom ou ruim, não importa, a Bíblia nos ensina a olhar para a frente. Em Eclesiastes 7:10, lemos: "Não diga: "por que os dias do passado foram melhores que os de hoje?" Pois não é sábio fazer esse tipo de pergunta". O mesmo livro no capítulo 3:1 diz - "Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu". Não podemos modificar os erros do passado. Mas podemos, em alguns casos, consertá-los. Podemos também construir uma história diferente. Os momentos bons e alegres estão em nossa memória; no entanto, não se repetirão da mesma forma. Por isso, é importante viver "o hoje" da melhor forma possível.
Peregrinando pelo deserto, rumo à Terra Prometida, no deserto de Zim, onde não havia água, Moisés enfrentou o saudosismo do povo hebreu, carregado de murmuração: "Teria sido melhor se tivéssemos morrido na frente de Deus, o Senhor, com os nossos companheiros, os outros israelitas! Por que você trouxe o povo do Senhor para este deserto? Será que foi para morrermos junto com os nossos animais? Por que você nos trouxe do Egito para este lugar terrível, onde não há cereais, nem figueiras, nem parreiras, nem romãs? E além de tudo não há água para beber! (Números 20:3-5) Enfrentando as dificuldades do deserto, muitos hebreus olhavam para o passado. E, ao fazê-lo, eles se esqueciam do mundo real e exaltavam o suposto mundo ideal que tinham vivido no Egito. Era como se tivessem se esquecido da escravidão, dos açoites, das humilhações, das panelas vazias. Esses "saudosistas" irritaram tanto Moisés que o levaram a pecar. Deus tinha dito para Moisés falar à rocha, na frente de todo o povo, pois dela sairia água. Entretanto, Moisés bateu na rocha duas vezes com o bastão. Veio, sim, a água em abundância; porém, ele pagou um preço alto por isso. Falar à rocha significava obediência a Deus e dependência Dele. Bater na rocha era sinal de rebeldia e autossuficiência.
Há momentos em que, de fato, seguir em frente é extremamente difícil - as forças faltam, as expectativas parecem não existir, e o desânimo quer tomar conta. Parece que tudo resultou em vão. Há muita gente vivendo das lembranças de uma traição, de um erro cometido no passado, de uma palavra sentenciada do passado, de fracassos do passado ou, até mesmo, das vitórias do passado, como se Deus não tivesse coisas boas e novas para acrescentar a suas vidas. Querido leitor, deixe o passado no passado. Conserte, se possível, os erros cometidos; porém, o que importa é daqui para a frente. Deus tem coisas novas para você. Jesus nos ensinou que para vir o novo, precisamos nos despir do velho. O velho representado pelo passado. "Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se a maior rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos, porque se rompem os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam". (Mateus 9:16-17) Jesus está falando de um novo tempo, de odres novos e vinho novo. Os odres velhos já estão em seus limites de espaço e, portanto, não suportam a pressão do vinho. Quebre os vínculos com o passado. Deixe o passado para viver o novo que Deus tem para a sua vida!