sábado 20 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

O poder da palavra

10 abril 2022 - 05h00

As palavras têm poder. Palavras podem estimular, encorajar, inspirar, consolar, ensinar, corrigir, derrubar ou destruir a reputação e o futuro de uma pessoa, dependendo de como ela absorve, ou não, essas palavras. Palavras podem criar conflitos gigantescos ou até guerras. Todos nós conhecemos o poder das palavras, seja para construir ou destruir. Mas como ainda tropeçamos nelas! Falamos, quando seria mais produtivo ficarmos calados. E nos calamos, quando deveríamos falar. Até os mais doutos tropeçam nas palavras. Recentemente, ouvi o depoimento de um pastor, que relatou que até os 20 anos se considerou uma pessoa com dificuldades cognitivas, pois certa vez ouviu de uma professora - "Você é muito burro, menino!". Levou anos para que ele conseguisse desconstruir uma crença, que veio através daquelas palavras. Já na juventude, ele fez um teste, no qual se saiu muito bem, ouvindo da aplicadora: "Você tem uma inteligência privilegiada, pois acertou todas as questões". Essas palavras o ajudaram a acreditar mais em si mesmo. Quantas pessoas nós conhecemos que têm o seu potencial afetado por terem "ingerido" na infância um discurso desastroso! Existe uma grande diferença entre corrigir comportamentos inadequados e utilizar para isso palavras destrutivas. Na minha infância, quando estava na segunda série do chamado Primário, fui encaminhada à Diretoria pela professora, por não ter seguido uma regra estabelecida por ela. Fiquei cheia de medo. Mas, para minha surpresa, quando o diretor da escola chegou, a primeira coisa que me disse foi: "Como o seu vestidinho é bonito!" E seguiu falando que sabia que eu era uma boa menina, uma boa aluna, e que não desobedeceria mais à professora. Comecei a chorar e, de fato, nunca mais fui parar na Diretoria, pois as boas palavras daquele diretor me tocaram profundamente, tanto que até hoje me lembro disso! Não façamos de nossas palavras armas destrutivas. O rei Salomão escreveu: "A morte e a vida estão no poder da língua: o que bem a utiliza come do seu fruto". (Provérbios 18:21) O grande pintor, Benjamin West, contou como se tornara artista. Certo dia, a sua mãe o deixou com a irmã, Sally. Ele encontrou alguns vidros de tinta e decidiu pintar o retrato da menina. Enquanto executava o seu projeto, sujou a cozinha inteira. Ao retornar a casa, sua mãe não disse palavra alguma sobre a confusão que havia feito. Simplesmente, ouviu o relato das crianças. Aproximando-se, tomou a pintura das mãos de Benjamin e exclamou: "Veja, é Sally!" Em seguida recompensou o esforço do garoto com um beijo. Já adulto, Benjamin afirmou que essa atitude da mãe fez dele o renomado pintor que se tornara. Uma filha, agora já uma senhora, contou-me que a mãe morrera cedo, deixando os filhos pequenos. E ela, com 9 anos, teve que cuidar dos irmãos pequenos para que o pai pudesse trabalhar. Mas aquela mãe, um dia, quando ainda estava viva, proferiu uma palavra sábia na vida daquela menina - "Deus te dê muito juízo, minha filha". Essas palavras marcaram a vida daquela criança pela vida afora. Sabemos que muitos continuam "tropeçando" nas palavras. E nós também muitas vezes "tropeçamos". Uma situação pode ser muito difícil; no entanto, a nossa "confissão", expressa em palavras, pode ser um diferencial para enfrentá-la. Quanto permitimos que uma má palavra nos afete? Quanto ficamos tristes e aborrecidos, remoendo palavras negativas? Quanto nos esforçamos para controlar a nossa língua? A epístola de Tiago fala sobre dominar a língua - "Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo". Você já se arrependeu por palavras que proferiu, mesmo achando que estava na sua razão? Quem nunca? "Quando colocamos freios na boca dos cavalos para que eles nos obedeçam, podemos controlar o animal todo". (Tiago 3:2-3) O que acontece conosco? Será que nos momentos de ira e descontrole emocional, quando as coisas não vão bem, liberamos palavras que ferem as pessoas e produzem resultados desastrosos? Peçamos a Deus que coloque freio na nossa boca! Oremos para que tenhamos domínio próprio! "Da mesma boca não pode sair bênção e maldição". "Da mesma fonte não pode sair água doce e amarga". (Tiago 3:10-12)