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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

O trabalho nosso de cada dia

01 maio 2022 - 05h00

O trabalho tem significados e sentidos diferentes, dependendo do aspecto, da perspectiva teórica, que utilizemos para tratar desse tema. É importante uma abordagem multidisciplinar para uma compreensão mais apropriada no que diz respeito a essa variedade de sentidos e significados do trabalho. Sabemos que as transformações sociais, políticas, econômicas, além da globalização dos mercados e das inovações tecnológicas, modificaram as organizações de trabalho e a relação dos trabalhadores com o próprio trabalho. A pandemia que enfrentamos nesses dois últimos anos, por exemplo, mostrou um aumento expressivo do home office, que é o trabalho realizado virtualmente a partir da casa do trabalhador. Seja qual for o sentido que atribuímos ao trabalho, é importante destacar que o trabalho faz parte da vida humana e, num sentido mais genérico, é compreendido como uma realização humana, com o objetivo de produzir uma forma de subsistência. Mas esse é um sentido limitado! Isso me faz lembrar de um excerto interessante do romance modernista Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo - (...) "É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu". Entendo que damos um sentido humano às nossas construções, quando vemos que o nosso trabalho produz não somente um bem individual, mas também um bem coletivo. Isso pode parecer utopia já que muitas pessoas não trabalham por prazer, mas sim por necessidade. Se vemos um sentido elevado na realização de nosso trabalho, trabalhamos com alegria e satisfação. É triste quando trabalhamos apenas pelo retorno financeiro! Quem tem amor ao que faz pode até se cansar demais na realização de um trabalho, mas é um cansaço gratificante. A origem do trabalho na Bíblia é descrita no livro de Gênesis. A Bíblia diz que Deus trabalhou por seis dias e descansou no sétimo. Deus foi o primeiro a trabalhar sobre a terra. Ele, ao finalizar a obra da criação, olhou para o que havia feito, achando tudo muito bom. "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom". (Gênesis 1:31) Por esse exemplo, fica claro que o trabalho deve ser feito e conduzido de uma maneira que produza um resultado de excelência. Ao desenvolvermos o nosso trabalho deveríamos sentir satisfação e realização. Mas, infelizmente, muitas pessoas se submetem, por necessidade, a subempregos, sendo exploradas diariamente, humilhadas, recebendo como recompensa salários insuficientes, o que gera grande desgaste e sofrimento internos. Mas não foi isso o que Deus havia planejado para o homem a princípio. Quando Deus criou Adão e Eva, encarregou-os de cuidar do seu lar-jardim. Esse trabalho seria uma bênção para eles. Todavia, a queda do homem, descrita em Gênesis 3, gerou uma mudança na natureza do trabalho. Em resposta ao pecado de Adão, Deus pronunciou sentenças, registradas em Gênesis 3:17-19, sendo que a mais grave delas foi a morte. O trabalho e os resultados do trabalho foram proferidos também no resto do julgamento. "Com o suor do teu rosto ganharás o teu pão". (Gênesis 3:19). Quando Jesus veio a esse mundo, Ele trabalhou com as próprias mãos em sua oficina de carpinteiro, tornando-se um exemplo para nós também nessa área. O apóstolo Paulo, mesmo sendo o grande missionário, responsável pela disseminação do Evangelho e pelos princípios basilares do Cristianismo, tinha o ofício de fazer tendas. Não devemos trabalhar de modo ansioso e doentio, de forma desenfreada, pois isso acaba gerando desgastes emocionais, estresse, doenças físicas e mentais. Devemos desenvolver o nosso trabalho com excelência, confiantes de que Deus é a fonte de nosso sustento e da nossa provisão. O trabalho em si não deve ser a nossa razão de viver. Ele é bênção de Deus, sim, mas deve ter significado e propósito, sendo realizado para a glória de Deus; do contrário, é como se corrêssemos atrás do vento!