Faltam paz e boa vontade no mundo. Essa falta provoca intolerância, brigas, conflitos, guerras, mortes, desigualdades, injustiças. Vivemos em um mundo dominado pelo Capitalismo. O que vale é o lucro, o dinheiro. O maior "capital" está sendo ignorado. Esse Capitalismo destrói a natureza, os seres humanos, os valores humanos. Poucos têm muito; a maioria, nem o mínimo para viver dignamente. E não fazemos todos parte da família humana? Mas quem quer dividir? Todos os dias ouvimos sobre denúncias de corrupção. Desvio de milhões, bilhões de reais. Certamente, os envolvidos entesouram os frutos desses desvios em suas gordas contas bancárias, em paraísos fiscais. Esbanjam o dinheiro ilícito em futilidades. Será que, em algum momento, pensam naqueles brasileiros que nem têm o que comer? É de se duvidar! Quando acumulamos bens, propriedades, enquanto tantos no Brasil e no mundo nem têm onde dormir, não estamos sendo mesquinhos e egoístas? Há gente em nosso mundo, cujas torneiras da mansão são de ouro; e gente que nem água potável tem para beber. Você, leitor, pode pensar - mas eu não vou resolver os problemas do mundo. Entretanto, podemos começar a fazer a diferença.
"Glórias a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade entre os homens", foi o cântico dos anjos, por ocasião do nascimento de Jesus. (Lucas 2.13-14) O mundo precisa de "boa vontade" em todos os sentidos. Precisamos de "boa vontade" para aceitar as diferenças e para perdoar o próximo. Precisamos de boa vontade para dividir e compartilhar. Pensemos em seres humanos, como nós, que vivem nas mais precárias condições de vida pelo mundo afora! Falta-lhes o mínimo que um ser humano precisa para ter uma vida digna - comida, água potável, habitação digna, acesso à Saúde e Educação. Ouvi, há certo tempo, um médico-missionário contar que na Somália conheceu uma mulher que andou (literalmente) anos em busca de tratamento para um câncer, chegando a um hospital (se é assim que podemos chamar), que não tinha os recursos para o tratamento. Outra, à procura de comida, precisou decidir no caminho qual dos filhos viveria, pois não aguentava mais andar pelo sol escaldante carregando todos. Mas não precisamos ir tão longe. Aqui no Brasil há famílias que moram em cubículos, às margens de córregos, cheios de lixo e roedores; há crianças brincando por vielas com uma única bola, sem espaço para correr, sem alternativas de lazer. Ficamos indignados com o que vemos na África, mas aqui, bem perto de nós, há tanto por fazer! Quantos não estão morrendo por falta de atendimento médico-hospitalar no Rio de Janeiro e pelo Brasil afora?!
O Mestre, Jesus Cristo, deixou um precioso ensino: "Não acumulem tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem outros tesouros no céu, onde a traça nem ferrugem consomem, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração". (Mateus 6:19-21) "Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer (...) Ordenou ao povo que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, partiu-os, após ter dado graças, e os deu a seus discípulos, para que esses os distribuíssem, repartindo entre o povo". (Marcos 8:1-10) O pão foi dividido entre todos e saciou a fome de todos. A Palavra fala por si mesma. Jesus é o nosso maior exemplo de generosidade, bondade, amor ao próximo. Que sejamos mais abençoadores! Que sejamos menos consumistas! Que tenhamos "boa vontade" no sentido mais espiritual e humano que isso pode significar!