Vamos perseverar!

Mesmo nesses tempos tão desafiadores de pandemia, em que o mundo ainda não respira aliviado, embora com um pouco mais de esperança, é impossível não se emocionar com as vitórias de nossos atletas brasileiros em Tóquio. Quando as reportagens mostram a trajetória deles, constatamos quão difícil foi chegar até ali. Muitos vêm das periferias, de lares chefiados por mulheres, que tiveram que enfrentar o grande desafio de educar os filhos sozinhas, com poucos recursos financeiros. Essas mulheres valorosas, e esses filhos perseverantes e também valorosos, não desistiram diante das dificuldades pelo caminho. E não foram poucas dificuldades que tiveram que transpor, tendo em vista a falta de apoio institucional e financeiro, que é uma realidade para a maioria dos atletas brasileiros; principalmente, daqueles que praticam modalidades esportivas menos populares. 
Durante as competições teremos a sensação de que as diferenças, as desigualdades sociais e econômicas foram vencidas. Mas é só uma sensação! 
Os países do Primeiro Mundo estarão ao lado de países emergentes e de outros, onde a pobreza impera; atletas bem pagos disputarão com outros que mal ganham para sobreviver; ficaremos emocionados ao ouvirmos o hino pátrio e ao vermos a nossa bandeira tremulando; o coração vai pulsar aceleradamente e, por alguns momentos, a gente terá a impressão de que o mundo se tornou um, e que a paz, a harmonia, a empatia, tudo isso é possível. 
Esqueceremos, por exemplo, que alguns países do Primeiro Mundo querem dar a terceira dose de reforço da vacina em sua população, enquanto a maioria dos países pobres nem recebeu ainda a primeira dose da vacina. Esqueceremos das confusões e dos problemas graves de nosso país. 
E que o mundo está caótico! Uma sensação de alegria tomará conta de todos nós e, a despeito de toda crítica que temos quanto à realização dos Jogos Olímpicos nesses tempos de pandemia, vibraremos com os nossos atletas e as suas histórias de superação!
Ser um atleta não é fácil. Todo atleta tem que ser disciplinado. 
Precisa treinar horas a fio para estar sempre bem preparado. Mas não é só isso. É necessário ter muita persistência e garra. 
O atleta pode estar cansado, desmotivado por estar perdendo uma competição, suado, quase perdendo as forças; no entanto, ele não desiste, prossegue até o fim, sem perder de vista o alvo, o objetivo que o impulsiona a lutar. O apóstolo Paulo usou a figura do atleta para falar sobre a garra e determinação que o cristão deve ter em sua passagem por este mundo. Diz ele: 
"Numa competição todos correm; porém, só um consegue o primeiro prêmio. Portanto, disputem para ganhar. Para vencer a competição, no entanto, vocês precisam renunciar a muitas coisas. Um atleta faz todo esse sacrifício para ganhar uma taça; mas nós o fazemos por uma recompensa celestial que nunca morrerá..." (I Cor. 9:24-27) Assim como um atleta vencedor teve de treinar arduamente e obedecer às regras, submetendo-se às orientações de seu treinador, renunciando a uma vida desregrada e dissoluta, do mesmo modo precisamos nos esforçar em nossa corrida de fé, que nos leva à vida eterna e exige de nós muito esforço e perseverança. Não devemos olhar para trás; apenas, olhar rumo ao grande alvo que é Jesus. 
Nessa corrida seremos observados por multidões e avaliados pelo Senhor, que está em todos os lugares e tudo vê. Não existe recompensa maior do que vencer essa corrida de perseverança e receber o grande prêmio!