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Cultura

Artista suzanense promove projeto de inclusão por meio da arte

Projeto “Arte de Baixa Renda” foi desenvolvido no início da pandemia com a intenção de democratizar acesso à arte

14 novembro 2020 - 19h20Por Matheus Cruz - de Suzano
O artista suzanense William Azevedo, de 28 anos, desenvolveu no início da pandemia o projeto “Arte Baixa Renda”. A ideia é promover a inclusão de pessoas com baixa renda para que se despertem para o mundo da arte de forma acessível. Em seu canal no Youtube, William ensina técnicas de pintura usando materiais reutilizados ou de baixo custo.
 
“A ideia do projeto surgiu quando eu estudava design gráfico e tive o privilégio de estudar na Escola Panamericana de Arte. Em ambos campos acadêmicos tive aula de história da arte, mas em nenhum momento me via representado pelo que era considerado arte. Era muito puxado para o lado europeu, a arte africana e urbana que tem muito a ver com o nosso contexto aqui em Suzano era ignorada. Então tudo o que eu via não me sentia representado naquilo”, explica o artista.
 
O incômodo pela falta de representatividade despertou reflexões importantes ao passo que Willian se aprofundava nos estudos artísticos. O gosto pela arte não era compatível com a realidade do seu lugar de encontro na sociedade: um ambiente que não possui tantos aparelhos culturais para atender a população de forma abrangente, a saída foi recorrer ao Youtube.
 
“Neste contexto de pandemia está todo mundo ligado na internet, então tive a ideia de criar o canal no Youtube onde eu posso passar esses conteúdos de forma gratuita, a primeira intenção foi levar arte de forma acessível para pessoas que não possuem condições de pagar um curso”, comenta.
 
O canal “EiWillo” possui cerca de 220 seguidores que acompanham os vídeos desde o início da quarentena. O artista realiza as produções em sua casa e relata as dificuldades em manter o projeto ativo. “Por conta de estar desempregado eu ainda estou investindo aos poucos, eu mesmo gravo os vídeos com o celular. Consegui comprar uma iluminação básica que me ajuda bastante. O primeiro tripé que eu usei no canal foi feito com madeiras reutilizadas”, relata.
 
Nos últimos meses o computador de Willian não aguentou a demanda de conteúdos e pifou, impedindo a continuidade do canal. O artista decidiu gravar um vídeo de desabafo, informando a desativação por decorrência da falta de estrutura. Foi quando uma seguidora deu a ideia da vaquinha. “Ela entrou em contato comigo e me recomendou iniciar a campanha, já que não se tratava de um valor tão alto e a importância em manter os conteúdos ativos era grande. Então lançamos a vaquinha online”.
 
A vaquinha tem o intuito de arrecadar o valor de R$ 3 mil reais. ”Embora não seja o valor de um megacomputador, já será o suficiente para que eu consiga voltar a editar os vídeos”, ressalta.
 
A campanha está sendo realizada na plataforma “Vakinha” e as doações podem ser feitas através do link: www.vaka.me/1446410. Até o momento foi arrecadado a quantia de R$ 1.361,85.
 
O suzanense, morador do bairro Casa Branca, ressalta a importância de mais investimentos em Centros Culturais por parte do poder público. 
 
“Através de Centros Culturais temos a possibilidade de receber diversos artistas para ensinar e transmitir o conhecimento, eu vejo que espaços deste tipo faz muita falta, especialmente para as crianças que ainda não possuem autonomia para sair do bairro e só tem a chance de conhecer a arte muito tarde, talvez tarde demais. Então é necessário que tenhamos pontos de cultura em bairros mais afastados do Centro. Uma criança que deixa de entrar no mundo do crime é também uma criança que deixa de oferecer perigo, ela tem uma vida adequada, e a arte traz essas opções”, finaliza.
 
Outros projetos
 
Além do Projeto de arte de baixa renda e representatividade, o artista faz parte do coletivo “Arte na Rua” que antes da pandemia promovia encontros quinzenais em frente ao Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, em Suzano. O coletivo reúne artistas da cidade que expõem suas obras na calçada. A iniciativa propõe quebrar as barreiras e coloca a arte na rua para que o público que passa pela via tenha a possibilidade de ser contemplado pelas obras.

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